Os primeiros jesuítas dedicaram particular atenção à língua tupi, estudando-a e elaborando, ainda em Quinhentos, algumas obras sobre o tema. O primeiro Vocabulário
na língua brasílica foi composto pelo padre Leonardo do
Vale (c. 1538-1591), que viveu quase 40 anos entre os
índios da Bahia, Porto Seguro e São Paulo, tendo sido,
no início da década de 1570, nomeado lente de Língua
Brasílica no Colégio da Bahia. Elaborou ainda uma Doutrina geral na língua do Brasil (1574), bem como sermões
e avisos para a educação e instrução dos índios na Língua do Brasil.
O padre José de Anchieta redigiu a primeira Arte de
grammatica da lingoa mais usada na costa do Brasil, que
circulou manuscrita largo tempo, tendo merecido honras de impressão em Coimbra, em 1595, na oficina de
Antônio de Mariz. Esta obra, de cariz fortemente comparatista, designadamente com o latim, “representa uma
nova estratégia de abordagem das línguas exóticas que
entram no colóquio universalizante do mundo descoberto”. Compôs, ainda, um Dialogo da doctrina christãa, um
Confessionário brasílico, sermões, poesias, cantigas e
outras obras em língua tupi.
(Jorge Couto. “A gênese do Brasil”. Em: Carlos Guilherme Mota (org.).
Viagem incompleta. A experiência brasileira. Formação:
histórias (1500-2000).)
Considerando o excerto e as discussões do artigo citado,
é correto afirmar que