Quando a América Espanhola se tornou independente em relação à Espanha houve a tendência de formação de vários estados. Isto se deu em função da extensão geográfica da área colonial e, acima de tudo, pela diversidade de interesses e de modos de vida desde o que é hoje o México até a Patagônia argentina e chilena. O idioma comum a todos e a transposição de costumes espanhóis não foram suficientes para que pudesse ser concretizado o sonho de Bolívar de uma Confederação de Estados Hispano-americanos.
Quando da independência, o Brasil manteve sua unidade territorial. Tal situação se deu por conta da imposição, pela força das armas, da independência em torno da corte – Rio de Janeiro. E, também, pela existência de uma estrutura de Estado anterior à independência desde a vinda da corte portuguesa para o Brasil, em 1808.
Tal situação pode levar à conclusão de que o Brasil é um corpo único, no qual os regionalismos têm caráter superficial e folclórico. Esta ideia não contempla o que é território brasileiro. É um Estado só mas, marcado por profundas diferenças regionais, em função da ocupação e organização sócio econômica distinta em cada uma das áreas, desde a época colonial.
De acordo com as ideias desenvolvidas no mini texto de entrada da questão, é pedido que seja assinalada a alternativa que indica a relação que pode ser estabelecida entre o termo de “Brasis", termo utilizado pelos ingleses nos séculos XVII e XVIII e a realidade da época.
A) INCORRETA- Não se pode negar que houve conflitos de jurisdição mas entre os donatários das diferentes capitanias e não entre estes e os grandes proprietários pois os donatários eram grandes proprietários!
B) INCORRETA- Houve diferenças de administração portuguesa nas áreas coloniais em função do maior ou menor interesse de Portugal, vinculado à maior ou menor possibilidade de enriquecimento da metrópole. No entanto, a proibição de escravização do elemento nativo era vigente para todas as regiões. Em algumas, como em São Paulo, não era obedecida.
C) INCORRETA— A parte da afirmativa que apresenta incorreções é aquela que se refere à produção das regiões citadas. Até o século XIX, quando se estabelece a produção de café para exportação, São Paulo produzia, essencialmente, para mercado interno. Quanto ao Nordeste, não há clima para produção de trigo. A região destacou-se pela produção de açúcar, cacau e, eventualmente, tabaco.
D) CORRETA- Em função do tamanho do território – mesmo que apenas o litoral, e as diferenças climáticas, de vegetação e de possibilidades de produção, os portugueses estabelecem diversas formas de exploração, de ocupação e de administração no 'Brasil' colonial. Desta forma pode-se perceber que a “costa entre Pernambuco e Rio de Janeiro, (era) espaço dedicado à produção voltada ao mercado externo, e São Paulo, (...) permaneceu uma área rústica até o século XVIII".
E) INCORRETA- Apesar da descentralização político -administrativa, de fato embora não exatamente de direito, os dominadores portugueses conseguiram estabelecer de forma efetiva o monopólio comercial que era a grande meta da colonização de caráter mercantilista, através dos comerciantes reinóis, agentes deste monopólio em nome da coroa.
RESPOSTA: D
O termo "Brasis" era comum por conta de haver mais de um tipo de colônias. Enquanto que nas regiões do Rio de Janeiro e Pernambuco se desenvolvia a urbanidade a moda europeia, com muitos imigrantes que trazia a cultura da Europa a colônia, inclusive a língua predominante nessas regiões era o português. Em outras isso não havia.
Grande parte da população, por exemplo nas regiões de Maranhão, São Paulo e Sul eram de mestiços e negros., e a língua dominante era o Tupi. Os governos locais dessas regiões também não obedeciam os governadores gerais da colônia, mas respondiam diretamente à Lisboa, ao Rei.
Essas diferenciações entre regiões não permitia identificar uma unidade colonial com características comum a todos, daí decorre dos ingleses, por exemplo, acharem que na colônia, cuja terra foi intitulada de "Brasil", existiam vários "brasis".
Gabarito D