A insuficiência renal crônica é a perda gradual e irreversível da função renal e, na fase terminal, a terapia renal substitutiva, ou transplante renal, torna-se necessário. A finalidade do transplante renal é assegurar a normalização da função renal e sobrevida prolongada, livre de complicações (CARVALHO; GALDEANO; LUVISOTTO, 2007).
Devido à complexidade, a modalidade terapêutica transplante renal exige que a equipe de enfermagem preste uma assistência específica, com qualidade e domínio técnico-científico, para embasar a sua atuação. Com este objetivo, faz-se necessário que o enfermeiro sistematize as suas ações e planeje os cuidados prestados aos pacientes submetidos ao transplante renal reavaliando-os periodicamente, implementando a assistência de enfermagem e intervindo com segurança nos períodos pré, intra e pós-operatório (DUARTE et al, 2008).
No pré-operatório, os objetivos da assistência de enfermagem, visam o preparo bio-psico-sócio-espiritual e emocional do paciente e familiares/cuidadores para enfrentar o trauma anestésico-cirúrgico ao qual será submetido, a avaliação física e continuidade do tratamento. A equipe de enfermagem deve possibilitar ao paciente e familiar/cuidador o esclarecimento de dúvidas, uma vez que é o elemento da equipe de saúde que mais tempo permanece ao lado dos mesmos, sendo um elo entre a equipe multidisciplinar e os pacientes. O enfermeiro deve iniciar as orientações para o autocuidado envolvendo o paciente e a família no processo de educação (DUARTE et al, 2008).
A atuação da enfermagem no período intra-operatório tem como objetivos: avaliar, detectar e intervir precocemente nas possíveis complicações intra-operatórias (DUARTE et al, 2008).
Os cuidados no pós-operatório são similares aos realizados com pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos de médio porte, com ênfase na monitorização do balanço hidroeletrolítico, cuidados para prevenção de infecção, controle da dor, manutenção e estímulo da função pulmonar, deambulação precoce, restauração das funções gastrointestinais e restauração da função renal, por meio da avaliação da eliminação urinária, bem como da evolução dos exames clínicos de função renal (ureia, creatinina, sódio e potássio), administração e avaliação da terapia imunossupressora do paciente, e detecção precoce das complicações relacionadas ao procedimento cirúrgico (DUARTE et al, 2008).
O paciente, após receber o enxerto renal, está sempre correndo risco de rejeição. É necessário que o mesmo receba informações adequadas para poder conviver com a possibilidade concreta de rejeição e com o novo modo de vida que terá de assumir, agora sem as sessões de hemodiálise, mas com a dependência do uso diário das medicações imunossupressoras (LIRA; LOPES, 2010).
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