SóProvas


ID
3656533
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Prefeitura de São Cristóvão - SE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Literatura
Assuntos

      O primeiro grande pomo de discórdia entre a classe artística brasileira no início da ditadura militar foi o “nacionalismo”. Em discussão, o movimento tropicalista e seu aproveitamento do rock, da cultura de massa, da guitarra elétrica, acompanhado de uma recusa dos projetos e das utopias de poder da esquerda tradicional brasileira. Um conservadorismo estético e comportamental, portanto, bifronte: ora de esquerda, ora de direita. E, com relação a esta querela nacionalista e às críticas contra a guitarra, a linguagem do espetáculo, a estratégia pop da Tropicália, contra Caetano cantando em inglês, é interessante lembrar o comentário de Roberto Schwarz: “Caetano sempre quis cantar nessa língua, que ouvia no rádio desde pequeno. E é claro que cantando em inglês com pronúncia nordestina registra um momento substancial de nossa história e imaginação”.

Flora Süssekind. Literatura e vida literária: polêmicas, diários e
retratos. Belo Horizonte: UFMG, 2004, p. 48-9 (com adaptações).




Sobre a cabeça os aviões
Sob os meus pés os caminhões
Aponta contra os chapadões
Meu nariz


Eu organizo o movimento
Eu oriento o carnaval
Eu inauguro um monumento no planalto central
Do país

Caetano Veloso. Tropicália. 1968.

A partir dos textos apresentados, julgue o próximo item, a respeito do Modernismo brasileiro e do Tropicalismo.


Tanto o Modernismo quanto o Tropicalismo aderiram, em seus respectivos contextos históricos, às políticas de Estado para a cultura e para o desenvolvimento nacional de seu tempo, como mostram os versos apresentados da canção Tropicália.


Alternativas
Comentários
  • Gabarito: Errado

    O primeiro período do texto ajuda a responder a questão:

    "O primeiro grande pomo de discórdia entre a classe artística brasileira no início da ditadura militar foi o "nacionalismo" (pertencente ao Modernismo e ao Tropicalismo)."

  • Tanto o Modernismo quanto a Tropicália eram movimentos de contra-cultura.

    O primeiro, surgido em 1917, ia de encontro às atrocidades da Grande Guerra. Já o segundo ia de encontro ao Regime Militar brasileiro.

  • ERRADO

    Comentários de militantes não contribuem em nada

    Aqui é um local pra estudar as questões e saber o posicionamento da banca

    Assistam: 1964 - Entre Armas e Livros (Filme Completo) https://youtu.be/yTenWQHRPIg

    e tirem suas conclusões.

  • O Tropicalismo se ajustou a realidade da política nacional quanto ao modernismo este sim foi um movimento contra cultura

  • O TROPICALISMO, SURGIU ATRAVÉS DA MÚSICA, REUNINDO DIVERSOS ARTISTAS, tinha COMO OBJETIVO; A RUPTURA CULTURAL. E, encontrou APOIO em boa parte da sociedade, sob O ADVENTO DA DITADURA MILITAR, no final da DÉCADA DE 1960. A MÚSICA DE CAETANO VELOSO '' TROPICÁLIA'', RETRATA BEM ESSA ÉPOCA.

    Já, o MODERNISMO, surgiu no período temporal que separou a Primeira Guerra Mundial (1914 - 1918) e a Segunda (1939 - 1945). A sua origem se situa, portanto, numa época atravessada por conflitos, revoluções e transformações sociais profundas. O modernismo ganhou muita força, principalmente, na Europa e nos Estados Unidos da América. Depois da I Guerra Mundial, autores já não estavam preocupados em servir os interesses da burguesia mas, sim, em expor as incoerências da realidade em que viviam.

    COMO PODEMOS VER, NÃO HOUVE UM COMPROMETIMENTO ÀS POLÍTICAS EM NENHUM DOS MOVIMENTOS, COMO AFIRMA A QUESTÃO. ITEM ERRADO.

  • Só eu acho que essas questões nada tem a ver com interpretação de texto?

    Isso é LITERATURA!

    Coloca a classificação correta, QC!

    Essas questões não caem pra agente de sei lá o que ou pra analista seja lá do que for. Poupem nosso tempo, QC.

  • A questão não tem nada que aborda o modernismo, mas mesmo assim é possível responder; O  Tropicalismo NÃO ADERE A POLITICA DE ESTADO DE SEU TEMPO, SURGIU PARA CONTRA POR A DITADURA. por isso a afirmação é ERRADA!

  • Tanto o Modernismo quanto o Tropicalismo aderiram, em seus respectivos contextos históricos, às políticas de Estado para a cultura

    ...eu organizo o movimento..."

    => O trecho da música deixa claro que o posicionamento de Caetano Veloso era de OPOSIÇÃO AO GOVERNO.

  • Pelo contrário, eles assumiram uma posição de vanguarda, rompendo com as políticas e valores da suas épocas.

  • Versão antiga do qc era melhor.
  • Essa respondi mais pelo conhecimento em história do que pela interpretação em si. "Tá complicado..."

  • no inicio do texto ele já fala na discórdia, ou seja eles não aderem a politica do estado.

  • Português?! Essa aqui não tem nem como forçar a barra.

  • Tanto o Modernismo brasileiro quanto o Tropicalismo foram movimentos artísticos e culturais que não aderiram às políticas de Estado, ao contrário do que se afirma no comentário da questão.

    Quanto ao Modernismo, oficialmente conhecido pela sociedade brasileira com a semana de arte Moderna, em fevereiro de 1922, pregava-se, em geral, que as artes de início do século XX deveriam, sobretudo, funcionar como porta-vozes de uma nova imagem de Brasil e de brasileiros, contrapondo-se a todo tipo de herança tradicional. Entre o que se herdou do passado, consideravam-se tanto resquícios profundos de ideologias monarquistas – mesmo em uma recém-república como o Brasil de então – quanto influências, ainda presentes no cenário artístico, de uma literatura mais catedrática e formal, como as poesias parnasianas e o cientificismo naturalista, por exemplo. Não por acaso, essa movimentação de ruptura com a política e com as artes convencionais impulsionou a formação de novos partidos políticos, com a presença de escritores modernistas, como o partido Democrático, com participação de Mário de Andrade, autor do célebre “Macunaíma", além do Partido Comunista, com protagonismo vivo de Oswald de Andrade, autor do manifesto Antropofágico de 1928. Assim, ideias e ideais de um Brasil mais misto, com a valorização do imigrante e com a consideração de que o brasileiro “somos muitos" perpassaram as artes e as práticas políticas vivenciadas pelos modernistas de 1922.

    No que diz respeito ao Tropicalismo, o movimento é reconhecido, até os dias de hoje, como uma espécie de voz que ecoa contra a Ditadura Militar. A ascensão das forças militares ao poder pelo golpe de 1964 representou a retomada, pelo governo, dos setores mais conservadores da sociedade. Em resposta, muitos movimentos sociais surgiram como reação contrária ao conservadorismo e, sobretudo, ao modelo econômico imperialista e capitalista que dominava o mundo. Gritava-se por liberdade de expressão e igualdade de direitos.  Nesse Cenário, surge o Tropicalismo, movimento cultural que, por meio de uma proposta musical livre e libertária, expressa sua inconformidade ao cenário da Ditadura no Brasil. E, mesmo que os tropicalistas não se associassem direta e declaradamente às correntes de esquerda, a luta contra a centralização do poder, a repressão artístico-cultural e o falso moralismo se transformava em  denúncias – muitas delas veladas – como temas das canções compostas.

    Articulando essas considerações aos textos presentes para análise, notemos que o fragmento de “tropicália", texto 2, apresenta como versos “eu organizo o movimento", “eu oriento o carnaval", claramente declarantes de um protagonismo do eu-lírico em formar um conjunto de ações de grupo, além de imprimir uma postura crítica e irreverente, muito próprias do carnaval. No texto 1, verificamos a menção a certa “discórdia entre a classe artística brasileira", sendo relacionada, em muito, a uma proposta de música com aproveitamento do rock, da guitarra elétrica e da cultura de massa, além de uma postura política, nem de esquerda, nem de direita. Essa discórdia, como se vê, é reforçada por um grupo que tem como proposta ir de encontro à imposição da tradição na música e no cenário político brasileiro.

    Sendo assim, nem o Modernismo de 1922, nem o Tropicalismo “aderem" às políticas de Estado de seus contextos históricos, sendo incorreto, portanto, o que se afirma no comentário da questão.


    Resposta: ERRADO
  • ERRADO: Porque eles Romperam...

    Não aderiram.