- ID
- 368677
- Banca
- CESPE / CEBRASPE
- Órgão
- HUB
- Ano
- 2009
- Provas
- Disciplina
- Medicina
- Assuntos
Uma mulher de 36 anos de idade, branca, casada,
comerciária, apresentou, há 30 dias, náuseas, vômitos, febre e
mialgia, com duração de aproximadamente quatro dias, tendo
melhorado com o uso de medicações sintomáticas. Há uma
semana, passou a apresentar edema facial e de membros
inferiores acompanhado de cefaleia. Buscou auxílio médico,
tendo sido constatada hipertensão arterial sistêmica com níveis
de 160 mmHg × 110 mmHg, quando lhe foram prescritos
furosemida e captopril; em seguida, a paciente foi encaminhada
para o nefrologista, devido à presença de anormalidades no
exame de urina e à redução da função renal. Na consulta
nefrológica, a paciente negou tabagismo, etilismo e antecedentes
pessoais e familiares de nefropatias, hipertensão arterial e
diabetes. Durante o exame físico, foram observados edema frio,
depressível e indolor, localizado nos membros inferiores, e
pressão arterial aferida de 170 mmHg × 100 mmHg. Nos exames
complementares, foram constatados: 1) hemoglobina de 11,0 g/L
e hematócrito de 34%; 2) VHS de 55 mm; 3) sumário de urina
com proteinúria (+++), 40 eritrócitos por campo com hemácias
dismórficas e presença de cilindros de gordura birrefringentes;
4) urocultura negativa; 5) proteinúria de 24 horas de 5,3 g;
6) colesterol total de 360 mg/dL; 7) exames sorológicos – FAN
(fator antinúcleo), anti-DNA, anti-Sm, anti-Jo-1, anti-La, anti-
RNP, anticoagulante lúpico e anticardiolipina, Anca, sorologia
para vírus da hepatite B, vírus da hepatite C e HIV, todos
negativos; 8) fator C3 do complemento de 70 mg/dL
(discretamente reduzido) e fator C4 menor do que 6 mg/dL
(redução acentuada); 9) fator reumatoide aumentado em
350 UI/mL; 10) pesquisa de crioglobulinas no soro foi positiva
em uma das amostras; 11) A PCR para vírus C da hepatite foi
negativa. Foi então indicada e realizada biópsia renal na paciente,
cujo resultado mostrou presença de trombos intraluminais nos
capilares glomerulares vistos à microscopia óptica, depósitos de
imunoglobulina M nas alças capilares vistos à microscopia de
imunofluorescência e depósitos subendoteliais observados à
microscopia eletrônica.
Diante desse caso, julgue os próximos itens.
Nesse caso, a glomerulonefrite membranoproliferativa do tipo II deve ser considerada no diagnóstico diferencial, entretanto a presença de fator reumatoide elevado, de crioglobulinemia, o consumo do fator C4 do complemento e a ausência de depósitos de C3 no mesângio e capilares glomerulares à microscopia de imunofluorescência excluem esse diagnóstico.