- ID
- 3791713
- Banca
- UNICENTRO
- Órgão
- UNICENTRO
- Ano
- 2010
- Provas
- Disciplina
- Literatura
- Assuntos
Compreende-se que o ponto da lição era difícil, e
que o Raimundo, não o tendo aprendido, recorria a um
meio que lhe pareceu útil para escapar ao castigo do
pai. Se me tem pedido a coisa por favor, alcançá-la-ia
do mesmo modo, como de outras vezes, mas parece
que era lembrança das outras vezes, o medo de achar a
minha vontade frouxa ou cansada, e não aprender como
queria, — e pode ser mesmo que em alguma ocasião
lhe tivesse ensinado mal,–– parece que tal foi a causa
da proposta. [...]
Não queria recebê-la, e custava-me recusá-la.
Olhei para o mestre, que continuava a ler, com tal
interesse, que lhe pingava o rapé do nariz.
— Ande, tome, dizia-me baixinho o filho. [...]
–– Tome, tome...
Relancei os olhos pela sala, e dei com os do Curvelo
em nós; disse ao Raimundo que esperasse. Pareceu-me
que o outro nos observava, então dissimulei; mas daí a
pouco deitei-lhe outra vez o olho, e –– tanto se ilude a
vontade! –– não lhe vi mais nada. Então cobrei ânimo.
–– Dê cá...
ASSIS, Machado de. Conto de Escola. Contos. São Paulo: Ática. 1989.
p. 34. ( Série Bons Livros).
Tem comprovação no texto a ideia de