Reverendo padre reitor, eu, Manoel Beckman, como
procurador eleito por aquele povo aqui presente, venho
intimar a vossa reverência, e mais religiosos assistentes no
Maranhão, como justamente alterados pelas vexações que
padece por terem vossas paternidades o governo temporal dos
índios das aldeias, se tem resolvido a lançá-los fora assim do
espiritual como do temporal, então e não tem falta ao mau
exemplo de sua vida, que por esta parte não tem do que se
queixar de vossas paternidades; portanto, notifico a alterado
povo, que se deixem estar recolhidos ao Colégio, e não saiam
para fora dele para evitar alterações e mortes, que por aquela
via se poderiam ocasionar; e entretanto ponham vossas
paternidades cobro em seus bens e fazendas, para deixá-las em
mãos de seus procuradores que lhes forem dados, e estejam
aparelhados para o todo tempo e hora se embarcarem para
Pernambuco, em embarcações que para este efeito lhes forem
concedidas.
João Felipe Bettendorff, Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado
do Maranhão. 2ª Edição, Belém: SECULT, 1990, p.360.
O movimento liderado por Manuel Beckman no
Maranhão, em 1684, foi motivado pela