O epicentro da modernidade foi a cidade. Inclusive, com as novas experiências no urbano e rápidas
transformações ocorridas nele, surgiu (...) a sua ciência, o urbanismo moderno. (...)
O crescimento acelerado das cidades, o aumento da concentração de pessoas em um mesmo local, a
intensificação da produção e circulação do capital estimularam saberes e experiências em várias áreas que
passaram a intervir no urbano; um exemplo foi o do Plano Urbanístico. Houve os casos mais famosos como
o de Paris, de Viena, do Rio de Janeiro no início do século 20 (...).
Outra área de atuação foi a médica e sanitária. Os problemas e a busca de soluções articularam-se a novos
valores e padrões de comportamento da burguesia no público e no privado. A partir desses referenciais,
foram criadas instituições, projetos, regulamentos e práticas que visavam ao controle das classes
populares, com a intenção de normatizá-las a partir de valores exteriores a elas. Os saberes técnicos, como
o médico e urbano, se mesclaram às práticas policiais quando a questão eram as classes populares.
Fonte: LOSNAK, Célio José. Polifonia urbana: imagens e representações
Bauru: 1950-1980. Bauru:SP: EDUSC, 2004, p.43-44.
O texto acima relaciona-se ao processo de urbanização ocorrido em diferentes lugares no mundo ocidental.
No Brasil, nas primeiras décadas do século XX, a articulação entre projetos de urbanização, saneamento e
imposição de novos valores e comportamentos às classes populares geraram reações. Dentre os eventos
históricos aponte aquele que representa resistência a tais projetos: