Leia o trecho a seguir.
“Qualquer conceito empírico de doença conserva uma relação com o conceito axiológico da
doença. Não é, portanto, um método objetivo que qualifica como patológico um determinado
fenômeno biológico. É sempre a relação com o indivíduo doente, por intermédio da clínica,
que justifica a qualificação de patológico. Embora admitindo a importância dos métodos
objetivos de observação e de análise na patologia, não parece possível que se possa — com
absoluta correção lógica — falar em ‘patologia objetiva’. É claro que a patologia pode ser
metódica, crítica, armada de meios experimentais. Essa patologia pode ser considerada objetiva, em relação ao médico que a pratica. Mas a intenção do patologista não faz com que
seu objeto seja uma matéria desprovida de subjetividade. Pode-se praticar objetivamente,isto é, imparcialmente, uma pesquisa cujo objeto não pode ser concebido e construído sem
referência a uma qualificação positiva e negativa; cujo objeto, portanto, não é tanto um fato
mas, sobretudo, um valor.”
CANGUILHEM, Georges. O normal e o patológico. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009.
O trecho acima apresenta um contraste entre aspectos subjetivos e objetivos característicos
da construção dos objetos das ciências médicas. Com base nesse trecho, indique a alternativa que expressa de maneira CORRETA a atitude de Canguilhem com relação à conceituação do patológico.