Essa
questão exige conhecimentos sobre “prática
educativa no contexto da globalização e da realidade local". Precisamos
identificar a alternativa correta conforme a visão expressa no artigo “Educação e apropriação da realidade local",
de autoria de Ladislau Dowbor.
SINTETIZANDO O CONTEÚDO COBRADO:
A
primeira parte dos subsídios necessários para a resolução dessa questão está no
próprio comando. Vejamos.
Ao
mesmo tempo em que se intensificam as trocas de longa distância,
pelo uso das tecnologias de transporte e principalmente de comunicação atuais,
também testemunhamos o resgate de
iniciativas locais, o que Naisbitt denomina “paradoxo global".
Esse
trecho traduz uma tentativa de articulação entre o global e o local. Há de se
considerar a necessidade de integração ao mundo globalizado ao mesmo tempo que não
se pode deixar de considerar as especificidades locais de intervenção na
realidade.
Além
disso, sobre as possibilidades e exigências para a prática educativa, o autor
defende que “a educação não pode se
limitar a constituir para cada aluno um tipo de estoque básico de conhecimentos".
As pessoas que convivem num território têm de passar a conhecer os problemas comuns, as alternativas, os potenciais. A
escola passa assim a ser uma articuladora
entre as necessidades do desenvolvimento local, e os conhecimentos correspondentes. Não se trata de uma
diferenciação discriminadora, do tipo “escola pobre para pobres": trata-se de
uma educação mais emancipadora na medida em que assegura
à nova geração os instrumentos de intervenção sobre a realidade que é a sua.
RESOLVENDO A QUESTÃO:
Diante
do exposto, devemos concluir que a única alternativa que propõe possibilidades
e exigências para a prática educativa, na visão do autor cobrado na questão, é
a letra “E": “o potencial emancipador da
educação está na formação articulada que permite compreender as necessidades
comuns e as possibilidades locais de intervenção". Em outras palavras, uma educação
emancipadora deve proporcionar a compreensão das necessidades de um mundo
global, bem como das possibilidades de intervenção local com vistas à transformação
da realidade.
Analisemos
as demais alternativas.
A) a
escola deve priorizar o desenvolvimento individual de seus alunos, de modo que construam
um estoque básico de conhecimentos.
Errada! O entendimento do autor é exatamente
o contrário: “A educação não pode se limitar a constituir para cada aluno um
tipo de estoque básico de conhecimentos".
B) a
educação para o futuro deve resguardar as especificidades locais diante do
avanço da globalização, rejeitando-a como impeditivo do desenvolvimento do
país.
Errada! O autor defende a ideia de que está
ocorrendo um resgate das especificidades locais ao mesmo tempo que se
intensifica a globalização. Portanto, a alternativa está errada ao referir-se
às especificidades locais como impeditivo do desenvolvimento do país.
C) a
escola de qualidade assegura a superação das limitações locais, na
medida em que tem como temas exclusivos aspectos macrossociais e globais
da atualidade.
Errada! Não há o que se falar em superação das
limitações locais, afinal – na visão do autor – está havendo um resgate das
iniciativas locais. Sendo assim, também não se pode afirmar que a escola tem
como temas exclusivos aspectos macrossociais e globais.
D) o
estudante deve ser formado como cidadão do mundo para se emancipar, assumindo o
estágio avançado da globalização e superando o paradoxo de Naisbitt.
Errada! Para se emancipar, o estudante
precisa compreender as necessidades do mundo atual globalizado e as
especificidades locais. A partir da integração dessas duas visões tem-se o
chamado “paradoxo de Naisbitt". Portanto, a alternativa está errada ao falar em
superação do paradoxo de Naisbitt.
Gabarito do professor: Letra E.