O CICLO DA ERVA-MATE
A extração do mate foi a maior atividade econômica da Província Del Guairá (região hoje conhecida como Estado do Paraná), entre o fim do século XVI até 1632. Antes mesmo que os colonizadores europeus chegassem à América, os índios guaranis das regiões dos rios Uruguai, Paraguai e Paraná, já faziam uso da erva-mate como um uma bebida estimulante. No entanto, muitos outros povos indígenas, como os povos carijós, carruás, guairás e xetás.
O termo “mate” vem do quíchua, idioma inca, e significa cuia, recipiente em que mesmo os índios já preparavam e bebiam da erva. No século XVI, no entanto, a erva--mate foi proibida no país, pois os jesuítas espanhóis que vieram ao país junto aos colonizadores a consideravam uma droga viciante ao observar que os índios a consumiam com frequência, chamavam-na de “erva do diabo”. Mais tarde, no entanto, os mesmos espanhóis aprovaram a bebida após experimentarem e ela se tornou um ingrediente básico da alimentação na época. Foi, então, que o cultivo, a produção e o comércio da erva-mate se iniciaram, fazendo assim com que o Paraná, que antes era apenas a “Quinta-Comarca” de São Paulo, tivesse sua emancipação econômica e política com o Ciclo do Mate (1853) e se tornasse a Província do Paraná.
Mais de 85% da economia paranaense se desenvolveu através da erva-mate. Foram os colonizadores espanhóis que introduziram os itens de metal, como a bomba feita de prata, ao preparo da bebida e fizeram do consumo de erva-mate o que conhecemos hoje como tererê ou chimarrão.
O desenvolvimento dos meios de transporte no século XIX intensificou a produção da erva-mate, facilitando o deslocamento do produto desde a colheita até o engenho. Assim como o café, inicialmente o transporte da erva-mate era realizado no lombo de cavalos e muares na mesma época do tropeirismo. Mas em 1882 surgiu a navegação a vapor no Rio Iguaçu, os vapores transportavam em torno de oitocentos sacos de erva-mate. Em 1885, inauguraram-se ferrovias que ligavam Curitiba a Paranaguá, tornando-se essa a principal via do escoamento da erva-mate para exportação.
Fonte: www.cultura.pr.gov.br/www.curitiba.pr.gov.br/www.books.
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Veronica Karina Ipólito