A expulsão dos jesuítas em 1759, cujo pretexto foi o envolvimento de um inaciano na conspiração para assassinar D. José, descoberta a tempo e punida exemplarmente por Pombal, obedeceu a um ditame mais amplo, que era o fortalecimento do absolutismo. Para isso, era necessário eliminar os rivais mais fortes da casa real: os nobres mais poderosos e a Companhia de Jesus, riquíssima tanto no reino quanto na Colônia. A devassa que se seguiu à descoberta da conspiração aniquilou famílias aristocráticas seculares e garantiu, com a expulsão dos padres jesuítas (prática, aliás, seguida generalizadamente por diversos monarcas católicos depois disso), a retomada – de eficácia discutível, é verdade – do controle por parte do Estado de áreas até então sob o domínio exclusivo da companhia, sobretudo na Amazônia das drogas do sertão.