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ID
3999229
Banca
UFPR
Órgão
PM-PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
Filosofia

Eis como ainda no início do século XVII se descrevia a figura ideal do soldado. O soldado é antes de tudo alguém que se reconhece de longe; que leva os sinais naturais de seu vigor e coragem, as marcas também de seu orgulho: seu corpo é o brasão de sua força e de sua valentia. [...] Na segunda metade do século XVIII, o soldado tornou-se algo que se fabrica; de uma massa informe, de um corpo inapto, fez-se a máquina de que se precisa; corrigiram-se aos poucos as posturas; lentamente uma coação calculada percorre cada parte do corpo, se assenhoreia dele, dobra o conjunto, torna-o perpetuamente disponível e se prolonga, em silêncio, no automatismo dos hábitos.


(FOUCAULT, Michel. Os corpos dóceis. In: FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Petrópolis: Vozes, 1999, p. 162.)

Levando em conta essa passagem e a obra em que está inserida, é correto afirmar que, para Michel Foucault, instituições como escolas, quartéis, hospitais e prisões são exemplos de espaços em que, a partir do século XVIII, os indivíduo:

Alternativas
Comentários
  • Michael Foucalt argumentava que a partir do século XVIII as sociedades europeias deram origem a sociedades diciplinadoras que tinham, através de diversas instituições que foram criadas desde então, o objetivo de docilizar os corpos e torná-los formatados dentro dos modos e objetivos desejados pelo poder disciplinador. Prisões, escolas, quartéis, hospício e etc, cada uma dessas instituições se torna responsável por um tipo de disciplina, por um tipo de formatação dos corpos aos desejos do poder disciplinar.


    Gabarito do Professor: Letra E.
  • É correta a alternativa E, vendo Foucault estas instituições como os mecanismos por meio dos quais a ordem social era imposta (sempre pelos poucos e sempre em detrimento dos muitos) tanto pela violência simbólica quanto física.

    A ideia de Foucault era que todas as instituições mantidas pelo Estado e que o definiam, como as prisões que punem os criminosos, as escolas que preparam as próximas gerações e as polícias e exércitos que garantem a "lei e a ordem" tentam imprimir uma espécie de "domínio da consciência", de modo a fazer de todos servos dóceis do poder estabelecido.