Biobalística
A biobalística, também conhecida como método de bombardeamento com micropartículas ou acelerador de micropartículas, é um processo inicialmente descrito por Sanford et al. (1987), cujo principal objetivo a introdução de DNA ou RNA, no interior de células e tecidos de plantas, em bactérias, protozoários, fungos e animais.
Segundo Sanford, 1988, a biobalística abrangeria as três condições principais que compõem um mecanismo ideal de transferência de genes: permitiria a transformação de células, tecidos e espécies mais direta, simples e rapidamente; seria aplicável para a transferência de genes em grandes quantidades de células, tecidos e espécies, para as quais os outros métodos são falhos, e seria de fácil manuseio, podendo transformar eucariotos e procariotos.
Esta técnica utiliza microprojéteis bastante pequenos (0,5-5mm) de ouro ou tungstênio cobertos com o DNA e acelerados a altas velocidades (superiores a 1.500 km/h), penetrando no genoma de maneira não-letal (RECH & ARAGÃO, 1998), rompendo a barreira da parede celular e membrana plasmática. As micropartículas aceleradas alojam-se aleatoriamente nas organelas e, posteriormente, o DNA é dissociado pela ação do líquido celular, ocorrendo o processo de integração do gene no genoma (ARAGÃO et al., 1998). A desvantagem do uso do tungstênio é que, com o passar do tempo, as suas partículas podem sofrer degradação catalítica, tornando-se tóxicas para alguns tipos de células, e também sendo sujeitas à oxidação, afetando a adesão do DNA ou degradando-o (MARTINS & DUARTE, 2008).
Com o uso das partículas de ouro, as mesmas tem a vantagem de não causar danos às células, por serem são mais uniformes e inertes biologicamente. No entanto, elas tendem a se aglomerar irreversivelmente em soluções aquosas, reduzindo a eficiência do processo de introdução de DNA (MARTINS & DUARTE, 2008).
https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/35162/TCC%20Karina%20Baungratz.pdf?sequence=1&isAllowed=y