A República na Paraíba, como nos indica Gurjão (1999)4 , favoreceu ao desenvolvimento do mandonismo local exercido pela elite agrária que fortaleceu sua dominação e seu poder com o título de “Coronel”, expressando poder de mando, de guarda, de força política e econômica, e de dominação da terra e de quem dela sobrevive e vive. Fortalece, portanto, no plano da sociabilidade os laços de compadrio que chancelam o poder econômico instituído. No plano político evidenciamos a parentela5 que se tornará, na máquina estatal em formação, um recurso de manutenção do status político de perpetuação do poder e da formação da tradição política de revezamento familiar no domínio da “coisa pública”. A República vem com a ideia de poder do povo, e no caso brasileiro, na Primeira República (1889-1930), evidenciaremos, sobremaneira, a apropriação da autocracia agrária dessa instância de poder. A prática exercida a partir dos laços de autoridade do poder local dos coronéis se evidencia na capacidade de angariar eleitores a partir do “voto de cabresto” ou do “curral eleitoral” que era garantido pelo coronel em seus jogos políticos.