Esta doença foi diagnosticada no Brasil no ano 2000. Desde então ela ocorre de forma endêmica na suinocultura tecnificada, afetando principalmente leitões no final da fase de creche e no primeiro mês de crescimento. A mortalidade geralmente fica entre 3% a 10%, mas pode atingir até 35%. No Brasil, ainda não existem estudos para verificar a freqüência da doença em regiões ou mesmo no País. Na opinião dos autores, atualmente, é a doença que causa maior impacto econômico na suinocultura brasileira. Estimativas baseadas em dados não publicados apontam uma freqüência da doença em 62,05% das creches e 66,75% das terminações de granjas tecnificadas, com taxas de mortalidade variando de 2% a 10%. Além disso, a circovirose por ser uma doença imunossupressora deixa os suínos mais vulneráveis a outros agentes que provocam doenças respiratórias e entéricas, aumentando os prejuízos.
A infecção de suínos pelo circovírus parece ser bastante comum nos rebanhos suínos de todo o mundo. A associação com casos clínicos passou a adquirir maior visibilidade a partir de 1996 quando E. Clark, no Canadá, confirmou a presença do agente em lesões de uma forma de refugagem em suínos por técnicas de imunohistoquímica. A partir desta data, aumentaram os registros clínicos da doença em diversas partes do mundo. A seguir, será apresentada uma breve revisão sobre os elementos mais relevantes da infecção.
aspectos gerais e etiologia
Ainda não existe um consenso sobre o nome a ser usado no Brasil para descrever a forma principal de apresentação clínica da infecção pelo circovírus (definhamento). Em inglês, a doença é chamada de "post-weaning multisystemic wasting syndrome – PMWS”. No Brasil, os nomes usados têm sido "síndrome multisistêmica do definhamento do leitão desmamado", "síndrome multi-sistêmica caquetizante pós desmame", Zanella (2001), "síndrome da refugagem multi-sistêmica pós-desmame" ou "síndrome da refugagem multi-sistêmica - SRMS".
A primeira descrição do circovírus foi em 1964, o agente foi encontrado como contaminante de cultivos celulares PK15. É um vírus pequeno, de aproximadamente 17 nanômetros. O genoma é composto de DNA, em forma de fita circular. Existem três vírus reconhecidos nesse grupo: vírus da anemia infecciosas das galinhas, vírus da doença das pernas e bico dos psitacídeos e o circovírus suíno. Uma característica comum a todos é o ataque ao tecido linfóide, resultando em imunodepressão.
Existem duas variantes do circovírus suíno, tipos 1 e 2 (PCV 1 e PCV2). O PCV1 é aquele originalmente isolado contaminando cultivos celulares, é apatogênico. O PCV2 já foi associado com três tipos de patologias em suínos:
1) Síndrome da refugagem multisistêmica.
2)Mioclonia congênita.
3)Síndrome dermatite- nefropatia.