Elenor Kunz (2001) critica o ensino do esporte no contexto escolar, quando se adota o modelo do alto rendimento. Para ele, deve-se ir além do simples desenvolvimento de habilidades e técnicas do esporte e incluir “conteúdos de caráter teórico-prático, que, além de tornar o fenômeno esportivo transparente, permite aos alunos melhor organizar a sua realidade de esporte, movimentos e jogos de acordo com as suas possibilidades e necessidades”. Por isso, Kunz propõe a transformação didático-pedagógica do esporte que está estruturada na abordagem
O ALUNO PASSA PELA TRANSCEDÊNCIA DE LIMITES: PELA EXPERIMENTAÇÃO, TRANSCEDÊNCIA DE LIMITES PELO APRENDER E TRANCEDÊNCIA DE LIMITES CRIANDO, NOVAS FORMAS E POSSIBILIDADE DO APRENDER.
A emancipação dos alunos na perspectiva crítico emancipatória deve ser trabalhada no inicio de sua fase escolar, para que os mesmos possam vir a se tornar seres humanos mais plenos, críticos e autônomos de suas ações, com mais autonomia. A pedagogia crítico emancipatória deve estar vinculada a uma didática comunicativa. “Maioridade ou emancipação devem ser colocadas como tarefa fundamental da educação”. (Kunz, 2001, p.32).
Para se alcançar este nível de emancipação crítica dos alunos é preciso o desenvolvimento de algumas categorias. Segundo Kunz (2001) são: trabalho, interação e linguagem.
- Trabalho = Competência objetiva: O aluno precisa receber conhecimentos e informações, para entender de forma mais ampliada o esporte.
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- Interação = Competência social: Os alunos precisam entender a sua relação com contexto numa perspectiva mais abrangente, para que possam entender os diferentes papéis que os indivíduos assumem na sociedade.
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- Linguagem = Competência comunicativa: Significa ensinar o aluno a ler, interpretar e criticar, falar se expressar a relacionar o fenômeno sociocultural do esporte.
Mas para que estas competências sejam forjadas nos alunos é fundamental que o professor tenha discernimento de seu papel, metodologias, estratégias explicitas e paciência para se conseguir a dita emancipação. Para o desenvolvimento destas competências Kunz destaca três elementos que são essenciais que são as linhas de ação: as transcendências de limites.
- Forma direta de transcender limites - a participação do aluno de forma bem sucedida deve ocorrer pela própria experiência manipulativa.
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- Forma aprendida de transcendência de limites - o aprendizado do aluno deve ser exposto por ele de forma clara, seja manifestado através da linguagem verbal ou pela linguagem dos movimentos;
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- Forma criativa ou inventiva de transcendência de limites - o aluno deve aprender a importância do questionar sobre suas descobertas, entendendo assim o significado cultural. (Kunz, 2001)