- ID
- 4136737
- Banca
- ULBRA
- Órgão
- ULBRA
- Ano
- 2012
- Provas
- Disciplina
- Literatura
- Assuntos
Leia o fragmento abaixo e marque a resposta correta.
- Está vendo aquele umbu, lá embaixo, à direita do coxilhão?
Pois ali é a tapera do Mariano. Nunca vi pêssegos mais bonitos que os que amadurecem naquele abandono;
ainda hoje os marmeleiros carregam, que é uma temeridade!
Mais para baixo, como umas três quadras, há uns olhos-d'água, minando as pedras, e logo adiante uns
coqueiros; depois pega um cordão de araçazeiros. Diziam os antigos que ali encostado havia um lagoão mui
fundo onde até jacaré se criava.
Eu, desde guri conheci o lagoão já tapado pelos capins, mas o lugar sempre respeitado como um tremedal
perigoso: até contavam de um mascate que aí atolou-se e sumiu-se com duas mulas cargueiras e canastras e
tudo...
Mais de uma rês magra ajudei a tirar de lá; iam à grama verde e atolavam-se logo, até a papada.
Só cruzam ali por cima as perdizes e algum cusco leviano.
Com certeza que as raízes do pasto e dos aguapés foram trançando uma enrediça fechada, e o barro e as
folhas mortas foram-se amontoando e, pouco a pouco, capeando, fazendo a tampa do sumidouro.
E depois nunca deram desgoto na ponta do lagoão, porque, se dessem, a água corria e não se formaria o
mundéu...
Mas, onde quero chegar: vou mostrar-lhe, lá, bem no meio do manantial, uma cousa que vancê nunca
pensou ver; é uma roseira, e sempre carregada de rosas...
Gente vivente não apanha as flores porque quem plantou a roseira foi um defunto... e era até agouro um
cristão enfeitar-se com uma rosa daquelas!...