-
Os cáusticos (ácidos fortes e álcalis), quando ingeridos, causam queimaduras nos tecidos do trato gastrintestinal superior, às vezes resultando em perfuração de esôfago ou estômago. Os sintomas são salivação, disfagia, e dor em boca, tórax ou estômago; tardiamente, podem ocorrer constrições. É necessário o diagnóstico por endoscopia. O tratamento é de suporte. Carvão ativado e esvaziamento gástrico são contraindicados. A perfuração é tratada cirurgicamente
O tratamento da ingestão de cáusticos é de suporte. Atenção: esvaziamento gástrico por êmese ou lavagem é contraindicado porque pode reexpor o trato gastrintestinal superior ao ácido cáustico. Tentativas de neutralizar o ácido cáustico corrigindo o pH com uma substância alcalina (e vice-versa) são contraindicadas porque podem resultar em reações exotérmicas graves. Carvão ativado é contraindicado por infiltrar-se nos tecidos queimados e interferir na avaliação endoscópica e a inserção de um NGT é contraindicada porque pode danificar as superfícies das mucosas já comprometidas.
A diluição com água ou leite só é útil nos primeiros minutos após a ingestão de um líquido cáustico, mas a diluição tardia pode ser útil após a ingestão de um cáustico sólido. A diluição deve ser evitada se os pacientes têm náuseas, vômitos, sialorreia, estridor ou distensão abdominal.
As perfurações esofágicas ou gástricas são tratadas com antibióticos e cirurgia ( ). Não são recomendados corticoides IV e antibióticos profiláticos. As constrições são tratadas por dilatação ou, se não surtir efeito, derivação esofágica com interposição do cólon.
-
TRATAMENTO EM CASOS DE INTOXICAÇÃO:
1- Estabilização clínica;
2- Tratamento específico: reconhecimento da síndrome tóxica
3- Descontaminação:
3.1- Descontaminação cutânea, ocular (se for o caso)
3.2- Lavagem gástrica: para intoxicações potencialmente graves, útil quando realizada até no máximo 2 horas da ingestão Contra-indicações: derivados de petróleo; cáusticos, corrosivos; materiais sólidos com pontas; alterações hemorrágicas; pacotes contendo drogas; depressão respiratória, neurológica e/ou agitação em pacientes sem proteção de vias aéreas.
3.3- Carvão ativado: pode ser feita, de modo geral, até 4 horas da ingestão. Dose: 1 g/kg peso (até 50g) diluído a 10% em água ou suco. Para antidepressivos tricíclicos: considerar uma segunda dose de carvão ativado 1 hora após a primeira dose.
Para intoxicações agudas ou crônicas por: Fenobarbital, Carbamazepina, Dapsona, Teofilina: realizar múltiplas doses de carvão ativado: 0,25 a 0,5 g/kg (a cada 4 horas) até concentração sérica próxima ao valor de referência.
-
O carvão ativado pode ser utilizado em casos de intoxicação por via oral e, de preferência, até 1 hora depois da ingestão, desde que o paciente não se encaixe nas situações descritas nas contraindicações.
O uso do carvão ativado é contraindicado quando:
- O paciente ingeriu substâncias corrosivas, solventes ou hidrocarbonetos;
- O paciente ingeriu substâncias que não são adsorvidas pelo carvão, como álcool, metanol, etilenoglicol, álcalis, cianeto, ferro, lítio e flúor.
- Há risco de hemorragia ou perfuração do intestinal, especialmente quando o paciente passou por cirurgias abdominais recentemente ou possui doenças que aumentam o risco dessas hemorragias, como úlceras pépticas;
- Há sinais de obstrução intestinal, como ausência de ruídos gastrointestinais.