As casinhas eram alugadas por mês e as tinas por dia; e tudo
pago adiantado. O preço de cada tina, metendo a água,
quinhentos réis; sabão à parte. As moradoras do cortiço tinham
preferência e não pagavam nada para lavar.
(...) E, mal vagava uma das casinhas, ou um quarto, um canto
onde coubesse um colchão, surgia uma nuvem de pretendentes
a disputá-los.
E aquilo se foi constituindo numa grande lavanderia, agitada e
barulhenta, com as suas cercas de varas, as suas hortaliças
verdejantes e os seus jardinzinhos de três e quatro palmos, que
apareciam como manchas alegres por entre a negrura das
limosas tinas transbordantes e o revérbero das claras barracas
de algodão cru, armadas sobre os lustrosos bancos de lavar.
Aluísio Azevedo, O cortiço.
Nas cidades brasileiras, particularmente no último quartel do
século XIX, novas formas urbanas são constituídas, como os
cortiços e as favelas. Sobre esse fenômeno, é correto afirmar: