As mídias sociais mudaram a forma como os asessores e jornalistas se relacionam e até mesmo como os releases são divulgados. Muitos jornalistas olham mais as redes do que os e-mails da redação, se comunicam mais pelos aplicativos e muitas das pautas surgem nas mídias sociais. Se antes um bom jornalista deveria estar nas ruas, para ver a buscar as pautas no cotidiano das cidades, hoje os pauteiros encontram suas pautas em grupos de facebook, whatssap e hashtags do twitter e instagram.
Por isso, não é mais possível um assessor alheio ao que esta acontecendo nas redes e mídias sociais. Um link de release divulgado no twitter, com um bom gancho, pode ter mais alcance do que um e-mail perdido na caixa de uma redação. Ao mesmo tempo, as pautas em potencial circulam nas redes e sua instituição pode estar lá, na boca da povo, com uma centelha de crise pronta para se espalhar em ritmo exponencial.
Quanto mais rápido o assessor puder esclarecer e mitigar o princípio de crise, melhor será o trabalho de assessoria.
A assessoria de imprensa tradicional é um departamento
interno ou uma agência parceira responsável por intermediar a relação entre uma
organização, veículos de comunicação e formadores de opinião. Elabora releases,
press-kits e sugestões de pauta. Diferente de outras atividades da comunicação
(como a publicidade), a divulgação obtida nessa atividade é gratuita, confere
mais credibilidade à notícia junto aos públicos e geralmente resulta na perda
do controle sobre o que e quando é divulgado, já que cada veículo possui
critérios próprios de seleção, elaboração e exposição da notícia.
Com a popularização da internet, a assessoria de imprensa passou
a trabalhar, também, em diferentes frentes para impactar os públicos de
interesse. Muitas organizações começar a utilizar as mídias em seus diversos
formatos – espontânea, própria, paga e social – para conseguir exposição estratégica,
interação em diversos pontos de contato, engajamento e relacionamentos
duradouros.
Nas redes sociais, a assessoria de imprensa pode identificar
tópicos interessantes e criar conteúdos que chamam a atenção dos públicos. Ao
trabalhar nesse ambiente, no entanto, é fundamental escolher os canais
adequados, utilizar uma linguagem que corresponda ao perfil da rede, e manter
sintonia com a identidade organizacional e com os materiais produzidos pelos demais
departamentos da empresa.
Vamos analisar as alternativas e encontrar opção que não corresponde às mudanças nas práticas de assessoria
de imprensa com o advento das redes e mídias sociais:
A) Certo. As redes e as
mídias sociais não alteram profundamente a dinâmica do relacionamento entre
jornalista e fonte no compartilhamento de informações na quantidade certa, com
a máxima qualidade, relevância e clareza. Podem, no entanto, aumentar sua
importância por causa da velocidade de circulação da informação e do potencial
que pode alcançar. Os assessores, portanto, devem manter a relação com as
fontes via redes sociais, mas devem atentar para as especificidades e
funcionalidades das mesmas.
B) Errado. O assessor de
imprensa nas redes sociais não deve apenas ficar atento à repercussão
alcançada, nas redes e mídias sociais, pelas matérias jornalísticas sobre seu
assessorado que foram publicadas na mídia de massa; este deve fazer um trabalho
específico para as redes e mídias sociais, de acordo com cada canal e público,
realizando as devidas adequações, mas mantendo a mesma identidade e ideia do
que foi publicado nas mídias de massa.
C) Certo. A técnica
tradicional conhecida por follow-up, que consistia em manter os profissionais
de relações públicas em contato sistemático com os jornalistas, sofreu uma
mudança de sentido. Podemos falar em um novo formato de relacionamento – o
media catching – no qual os profissionais de relações públicas são procurados pelos
jornalistas, em uma atitude ativa destes, em busca de informações específicas.
D) Certo. O release deixou
de ser uma ferramenta exclusiva do jornalismo e pode ser publicado numa página
web, em um blog ou mesmo nas redes sociais, chegando simultaneamente ao cliente
final e ao jornalista. Nesse contexto, os assessores de imprensa usam os sites
e redes sociais para difundir o press-release. É importante ressaltar que,
apesar dessa facilidade na publicação, espera-se que os preceitos fundamentais
da produção desse produto informativo (como
a relevância, exatidão, interesse e benefício para leitor, e enquadramento) sejam
preservados.
E) Certo. O assessor deve
partilhar informação sobre seu trabalho regularmente, através das atualizações
do seu estado (status) em redes e mídias sociais, como o Linkedin
ou Twitter, de modo a promover o interesse dos jornalistas e dos bloggers pelos
assuntos que quer divulgar e aumentar as possibilidades de interação e
engajamento.
Com base nessas explicações, podemos concluir que a
alternativa B é a que que não corresponde às
mudanças nas práticas de assessoria de imprensa com o advento das redes e
mídias sociais.
Gabarito do Professor: Letra B.
Bibliografia:
- Debiasi, Adam Esteves & Borges, Rosane. Assessoria de
Imprensa nas Redes Sociais: Explorando as Potencialidades da Web para Criar
Modelos Estratégicos de Comunicação Direta entre Empresa e Público. XXXIII
Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Caxias do Sul, RS – 2 a 6 de
setembro de 2010.
- Waters, R. D., Tindall, N. T. J. & Morton,
T. S. 2010. Media Catching and the Journalist – Public Relations Practitioner Relationship:
How Social Media are Changing the Practice of Media Relations. Journal of
Public Relations Research, 22, pp. 241-264.