- ID
- 4876702
- Banca
- CONTEMAX
- Órgão
- Prefeitura de Lucena - PB
- Ano
- 2019
- Provas
- Disciplina
- Psicologia
- Assuntos
Bety é uma menina de oito anos, que cursa a terceira
série do ensino fundamental. No discurso de sua
mãe Rose, Bety é muito nervosa, chora por qualquer
motivo, não pode ser contrariada e rói as unhas dos
pés e das mãos até sangrar. Rose relata que a
gravidez de Bety foi complicada, pois ela sangrava
muito. Conta que a filha tem vergonha de ir pra
escola, pois se acha feia e gorda. Um sentimento de
culpa é gerado por Bety, que não sabe mais o que
fazer para ficar bonita. Quando retorna da escola vai
para o quarto chorar e em seguida uma vontade de
comer. Seu pai, Ronaldo, reside em outra cidade. No
discurso de Rose, este pai não se faz presente na
vida da filha, chegando a ficar um ano sem ver a
menina. Quando diz que vai buscá-la, a filha se
arruma, fica esperando, e o pai não aparece. A
separação do casal aconteceu quando Bety tinha
dois anos e foi um pouco conturbada, pois eles
brigavam muito. No discurso da avó Catharina,
aparecem questões que nos ajudam no desenrolar
do caso. A avó, que em alguns atendimentos
“invadiu" a sala, demonstra preocupação e, muitas
vezes, desespero. Catharina diz ver Bety como sua
filha.
No transcorrer dos atendimentos clínicos com Bety,
foram se desenrolando os nós em que a mesma se encontrava e que também se encontravam os
sujeitos que a rodeavam. Já nas primeiras
entrevistas, ficou claro que o conflito da trama
edípica não se desfez. O que aparece como
manifestação de angústia em Bety apresenta-se
como uma tentativa de denunciar o Outro (função
materna exercida pela avó) pelo medo aterrorizante
em ficar sozinha e perdê-la.
A mãe de Bety procurou ajuda de um psiquiatra,
o qual adotou a seguinte hipótese diagnóstica para o
referido caso (Dalgalarrondo, 2008):