Resposta: (E)
A assertiva I é verdadeira. A descentralização pode levar a um conflito potencial entre os governos subnacionais no que tange à função alocativa, distributiva e estabilizadora do setor público. No caso da função alocativa, as disparidades regionais na distribuição de renda e recursos prejudica as perspectivas de desenvolvimento econômico no longo prazo em função dos custos de eficiência significativos e a relativa incapacidade dos governos subnacionais em prover os bens e serviços necessários à população local.
No que diz respeito à função distributiva, as disparidades regionais de renda relativizam a capacidade de arrecadação própria de recursos por parte dos governos subnacionais. Sendo assim, a descentralização de competências tributarias favorece estados e municípios com forte base econômica, ao mesmo tempo que reduz o espaço para a ampliação das transferências do governo central para as unidades federativas economicamente mais fracas que necessitam de mais recursos para igualarem a capacidade fiscal.
E no que tange à função estabilizadora, as decisões de gastos das esferas subnacionais podem afetar a demanda agregada da economia de forma a prejudicar os objetivos de estabilização macroeconômica do governo central. Um outro fator importante a considerar é que os ganhos de eficiência decorrentes da descentralização fiscal podem ser compensados por dificuldades institucionais tanto das unidades subnacionais quanto do governo central, isto é, mesmo que a restrição orçamentária do governo esteja sendo satisfeita, problemas de ordem institucional podem gerar ou agravar disparidades regionais num sistema federativo.
A assertiva II é falsa. Não necessariamente, dado que tal atitude pode favorecer base econômicas subnacionais mais desenvolvidas em detrimento de outras menos desenvolvidas.
A assertiva III é falsa. No que tange a atuação da política fiscal em prol da estabilização macroeconômica, tem-se que quanto maior for o gasto público das esferas subnacionais, maior é o esforço de conscientização – por parte do governo central – em relação à importância do ajuste fiscal decorrente de políticas de estabilização. Além disso, é necessário levar em consideração a qualidade das instituições nacionais e subnacionais e suas respectivas responsabilidades na implementação da política estabilizadora.
A assertiva IV é falsa. Não necessariamente, dado que tal crescimento pode se dar de forma desigual, exigindo, assim, uma maior intervenção do governo central através do repasse de recursos.
A assertiva V é falsa. A principal vantagem das transferências não vinculadas em relação às vinculadas é a sua flexibilidade de aplicação, isto é, pode-se empregá-la de forma mais eficiente dadas as necessidades de cada ente federativo. Porém, este tipo de transferência possui a desvantagem de ser manipulável resultando em desvios de conduta por parte do setor público – superfaturamento de gastos públicos, desvios de dinheiro público, corrupção e etc.