Parte 1
GABARITO: D
I. Paridade de poder de compra (PPC) significa fazer desvalorizações nominais para compensar a valorização real causada pela inflação, de maneira a manter o câmbio real constante. Se a razão entre os preços do país A e do país B é dada pela lei do preço único, o câmbio real é igual a um.
Correta. A paridade de poder de compra (PPC) é uma taxa de conversão entre moedas, alternativa às taxas de câmbio, que representa quanto a moeda nacional pode adquirir de uma dada cesta de bens e serviços em termos de uma moeda internacional.
Assim, de uma maneira indireta, a inflação doméstica, ao aumentar o valor da cesta, precisará ser compensada pela desvalorização nominal da taxa de conversão, o que manterá sua taxa real constante.
Com relação à lei do preço único, ela provê que bens idênticos devem possuir preços iguais em países com comércio mútuo totalmente livre. Logo, se válida para quaisquer dois países, o câmbio real entre eles deve ser igual a um, como afirma a questão.
II. Quando o regime de câmbio é fixo, quanto mais elevado for o nível das reservas internacionais, maior a capacidade de a autoridade monetária manter inalterada a taxa de câmbio se o mercado cambial tiver escassez de oferta de divisas.
Correta. Quando o governo fixa a taxa de câmbio em um dado valor, qualquer flutuação nos mercados exteriores que afete a relação entre a moeda local e estrangeira terá de ser acomodado pelo próprio governo.
Assim, sempre que a demanda por moeda estrangeira aumentar, o governo deverá aumentar a oferta da referida moeda para que seu preço – a taxa de câmbio – não varie. Nesse caso, serão necessárias reservas grandes a ponto de tornar essa promessa crível, tanto maiores quanto mais severos venham a ser os choques econômicos externos.
PARTE 2
III. Uma valorização real da moeda nacional, na cotação do incerto, gera uma tendência a um superávit na balança comercial.
Falsa. A valorização real da moeda nacional faz com que os bens e serviços produzidos em outros países fiquem mais baratos para os consumidores locais, assim como os produtos nacionais tornam-se mais caros para compradores externos. Logo, as importações tendem a aumentar e as exportações, a cair. Como uma balança comercial superavitária é obtida quando o país exporta mais do que importa, a apreciação cambial tende a produzir déficits.
Note que a menção à cotação do incerto (ou indireta) é irrelevante para a solução da questão. A cotação do incerto é aquela adotada pelo Banco Central do Brasil, que anuncia quantos Reais são necessários para adquirir uma unidade de moeda estrangeira (p. ex. taxa de câmbio 4 R$ / US$). No caso da cotação do certo (ou direta), como normalmente utilizada por países desenvolvidos, apresenta-se quantas moedas estrangeiras seriam necessárias para adquirir uma moeda local (no mesmo exemplo, a taxa seria 0,25 US$ / R$).
A questão, por sua vez, afirma ter havido uma valorização real da moeda, o que gera uma redução na cotação do incerto ou aumento na cotação do certo. Todavia, ambos os casos produzem os mesmo efeitos na balança comercial, evidentemente.
IV. Um aumento nos juros pagos pelo depósito em uma moeda faz com que essa moeda se aprecie em relação às moedas estrangeiras.
Correta. Lembre que a taxa de juros é equivalente ao preço do dinheiro poupado, em analogia a mercados de bens e serviços. No mercado monetário, os poupadores equivalem aos vendedores de bens, ou seja, determinam a oferta de dinheiro disponível para empréstimos pelo sistema financeiro.
Quando há um aumento na taxa de juros interna, agentes de outros países também são atraído a poupar na moeda local. Para isso, devem adquirir tal moeda em troca da moeda de seu país, o que aumenta a demanda por moeda local. Como o mercado internacional de divisas também funciona analogamente a mercados de bens e serviços, o acréscimo na demanda por um dado bem implica a majoração do seu preço, no caso, a apreciação da moeda local frente às estrangeiras.
GABARITO: D
FONTE: Henrique Sitjá