SóProvas


ID
5032534
Banca
INEP
Órgão
ENEM
Ano
2021
Provas
Disciplina
História
Assuntos

No aluir das paredes, no ruir das pedras, no esfacelar do barro, havia um longo gemido. Era o gemido soturno e lamentoso do Passado, do Atraso, do Opróbrio. A cidade colonial, imunda, retrógrada, emperrada nas velhas tradições, estava soluçando no soluçar daqueles apodrecidos materiais que desabavam. Mas o hino claro das picaretas abafava esse projeto impotente. Com que alegria cantavam elas — as picaretas regeneradoras! E como as almas dos que ali estavam compreendiam o que elas diziam, no clamor incessante e rítmico, celebrando a vitória da higiene, do bom gosto e da arte.


BILAC, O. Crônica (1904). Apud SEVCENKO, N. Literatura como missão: tensões sociais e criação cultural na Primeira República. São Paulo: Brasiliense, 1995.


De acordo com o texto, a “picareta regeneradora” do alvorecer do século XX significava a

Alternativas
Comentários
  • O trecho transcrito é de uma crônica de Olavo Bilac , citada em obra do historiador Nicolau Sevcenko. Refere-se à reforma de 1904, levada a cabo no Rio de Janeiro, sob a batuta do prefeito Pereira Passos.
    Pereira Passos era engenheiro e havia estudado em Paris, tendo sido aluno de Haussman, o engenheiro alemão que havia feito a reforma de Paris por encomenda do Imperador Napoleão III , no final do século XIX. A proposta da reforma no Rio era de trazer a “ modernidade e o progresso “ para a capital que ainda tinha “ranços" do período colonial e monárquico. E, o modelo era a Paris reformada. 
    No entanto, o projeto visava atender as necessidades das camadas sociais mais privilegiadas. Muitas vezes a parte da “cidade colonial, imunda, retrógrada, emperrada nas velhas tradições" era onde se localizavam as casas e cortiços habitadas por uma vasta população urbana de baixa renda, composta de libertos,  mestiços, biscateiros, trabalhadores do comércio entre outros. Derrubar a parte “ velha" podia também significar a derrubada da moradia destes tipos sociais, que ficavam ao desamparo. 
    Entre as alternativas apresentadas, uma indica a interpretação que pode ser dada ao termo “ picareta regeneradora" usado por Bilac 
    A) INCORRETA- Muitos símbolos monárquicos não foram retirados mas ganharam nova interpretação. 
    B) INCORRETA- A reforma “modernizadora" desqualificou e desconsiderou edifícios seculares, muitos dos quais foram derrubados , em nome do “ progresso".
    C) INCORRETA- A especulação imobiliária não era preocupação da reforma de 1904. 
    D) INCORRETA- Uma coisa que não aconteceu na reforma de 1904 foi a melhoria das moradias populares. Na verdade muitas  foram demolidas na região central do Rio de Janeiro para dar lugar à avenidas e praças.
    E) CORRETA- A “ picareta regeneradora" é um símbolo da reforma urbana do prefeito Pereira Passos, feita no Rio de Janeiro, com o objetivo de modernizar a cidade.

    Gabarito do Professor: Letra E.
  • O trecho transcrito é de uma crônica de Olavo Bilac , citada em obra do historiador Nicolau Sevcenko. Refere-se à reforma de 1904, levada a cabo no Rio de Janeiro, sob a batuta do prefeito Pereira Passos. Pereira Passos, era engenheiro e havia estudado em Paris, tendo sido aluno de Haussman, o engenheiro alemão que havia feito a reforma de Paris por encomenda do Imperador Napoleão III , no final do século XIX. A proposta da reforma no Rio era de trazer a “ modernidade e o progresso “ para a capital que ainda tinha “ranços" do período colonial e monárquico.E, o modelo era a Paris reformada. 
    No entanto, o projeto visava atender as necessidades das camadas sociais mais privilegiadas. Muitas vezes a parte da “cidade colonial, imunda, retrógrada, emperrada nas velhas tradições" era onde se localizavam as casas e cortiços habitadas por uma vasta população urbana de baixa renda, composta de ex-escravos, mestiços, biscateiros, trabalhadores do comércio entre outros. Derrubar a parte “ velha" podia também significar a derrubada da moradia destes tipos sociais, que ficavam ao desamparo. 
    Entre as alternativas apresentadas, uma indica a interpretação que pode ser dada ao termo “ picareta regeneradora" usado por Bilac 
    A) INCORRETA- Muitos símbolos monárquicos não foram retirados mas ganharam nova interpretação. 
    B) INCORRETA- A reforma “ modernizadora" desqualificou e desconsiderou edifícios seculares, muitos dos quais foram derrubados , em nome do “ progresso".
    C) INCORRETA- A especulação imobiliária não era preocupação da reforma de 1904. 
    D) INCORRETA- Uma coisa que não aconteceu na reforma de 1904 foi a melhoria das moradias populares. Na verdade elas foram demolidas na região central do Rio de Janeiro para dar lugar à avenidas e praças.
    E) CORRETA- A “ picareta regeneradora" é um símbolo da reforma urbana do prefeito Pereira Passos, feita no Rio de Janeiro, com o objetivo de modernizar a cidade.
    RESPOSTA: E
  • "[...] vitória da higiene, do bom gosto e da arte."

    Semana da Arte Moderna 1922 (foge um pouco, mas ainda é antes da metade do século xx)

    Revolta da Vacina 1904 Rio de Janeiro -Oswaldo Cruz.

    Reestruturação do espaço urbano. = Novas tendências, edificações e culturas, etc.

    Gab E

    BIZU: SEMPRE LEIA A FONTE.

  • O trecho transcrito é de uma crônica de Olavo Bilac , citada em obra do historiador Nicolau Sevcenko. Refere-se à reforma de 1904, levada a cabo no Rio de Janeiro, sob a batuta do prefeito Pereira Passos.

    Pereira Passos era engenheiro e havia estudado em Paris, tendo sido aluno de Haussman, o engenheiro alemão que havia feito a reforma de Paris por encomenda do Imperador Napoleão III , no final do século XIX. A proposta da reforma no Rio era de trazer a “ modernidade e o progresso “ para a capital que ainda tinha “ranços" do período colonial e monárquico. E, o modelo era a Paris reformada. 

    No entanto, o projeto visava atender as necessidades das camadas sociais mais privilegiadas. Muitas vezes a parte da “cidade colonial, imunda, retrógrada, emperrada nas velhas tradições" era onde se localizavam as casas e cortiços habitadas por uma vasta população urbana de baixa renda, composta de libertos, mestiços, biscateiros, trabalhadores do comércio entre outros. Derrubar a parte “ velha" podia também significar a derrubada da moradia destes tipos sociais, que ficavam ao desamparo. 

    Entre as alternativas apresentadas, uma indica a interpretação que pode ser dada ao termo “ picareta regeneradora" usado por Bilac 

    A) INCORRETA- Muitos símbolos monárquicos não foram retirados mas ganharam nova interpretação. 

    B) INCORRETA- A reforma “modernizadora" desqualificou e desconsiderou edifícios seculares, muitos dos quais foram derrubados , em nome do “ progresso".

    C) INCORRETA- A especulação imobiliária não era preocupação da reforma de 1904. 

    D) INCORRETA- Uma coisa que não aconteceu na reforma de 1904 foi a melhoria das moradias populares. Na verdade muitas  foram demolidas na região central do Rio de Janeiro para dar lugar à avenidas e praças.

    E) CORRETA- A “ picareta regeneradora" é um símbolo da reforma urbana do prefeito Pereira Passos, feita no Rio de Janeiro, com o objetivo de modernizar a cidade.

    Gabarito do Professor: Letra E.

  • "A cidade colonial, imunda, retrógrada, emperrada nas velhas tradições"

  • gente, SEMPRE, sempre e para todo SEMPRE, que houve uma alternativa com um termo muito intenso, como erradicação, eliminação completa, ela nunca será a alternativa correta - especialmente no ENEM. se ficasse de pé, naquela época, um só elemento monárquico, essa alternativa não poderia ser a correta, entende? notem como a alternativa E é mais aberta, mais GENÉRICA.

  • E) CORRETA- A “ picareta regeneradora" é um símbolo da reforma urbana do prefeito Pereira Passos, feita no Rio de Janeiro, com o objetivo de modernizar a cidade.

  • entregue quando diz "celebrando a vitória da higiene, do bom gosto e da arte", visto que a rj antes da reforma urbana não tinha nem saneamento básico nem msm nos centros e que o carinha que fez a reforma queria transformar o rj na "nova paris (referencia feita pelo "do bom gosto e da arte")