GABARITO "C"
O custeio variável considera como custos apenas os variáveis, sendo que os custos fixos são lançados diretamente no resultado. Já o custeio por absorção considera os custos fixos e variáveis como custos e só entram no resultado quando da efetiva venda dos produtos. Assim, a diferença no resultado entre um método e outro só de dá quando nem toda a produção é vendida. Por outra lado, quando toda a produção é vendida eles se igualam.
A questão afirma que os GASTOS PRODUTIVOS podem ser iguais. E isso de fato pode acontecer, conforme o exemplo acima, se considerarmos gastos como sendo o "sacrifício financeiro" para produzir um bem ou serviço.
"Gasto - Compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade (desembolso), sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). Temos gasto com a compra de matérias-primas, mão de obra, honorários etc." (Contabilidade de Custos. Eliseu Martins)
Assim, quando toda a produção é vendida, todos os custos e despesas vão à resultado e dessa forma, os gastos se igualam EM AMBOS OS METÓDOS.
Esse foi o meu raciocínio para responder a questão.
Questão sobre sistemas de
custeio para fins de controle, avaliação e gestão.
Os métodos de custeio são métodos de apropriação dos custos. O mais utilizado e aceito pela legislação
para fins tributários é o custeio por
absorção. Nesse método, são apropriados custos fixos e variáveis ao estoque, que depois viram custo do produto
vendido. Logo, se o estoque não é vendido totalmente, o que sobrar, deixa custo fixo retido no estoque final – não é
lançado no resultado nesse período.
De outro lado, temos o método
de custeio variável, utilizado para fins gerenciais, apropria somente custos variáveis ao estoque. Logo, ainda que
esses estoques não sejam vendidos totalmente, todo o custo fixo já vai para o resultado como despesa – não como CPV.
Atenção!
Perceba então que a única diferença dos dois métodos é o tratamento contábil
dos custos fixos! Logo, se não há
custos fixos, o reconhecimento de gastos produtivos será idêntico nos dois métodos. Aqui já daria para matar a questão, mas vamos
aprofundar um pouco mais esse ponto.
Em um cenário com custos fixos
a serem apropriados, quando o estoque aumenta
no período, se a empresa aplica o custeio por
absorção, terá um lucro maior
que no método de custeio variável – pois não lançará no resultado esse custo
fixo dos estoques que se “acumularam" no período. Eles ficaram lá retidos nos
estoques, serão custos fixos diferidos no futuro.
Dica!
Entender essa lógica é primordial para resolvermos várias questões teóricas
como essa de forma mais assertiva, sem fazer cálculos desnecessários. Vou
deixar um resumo matador das três
situações possíveis aqui para vocês, sendo Custeio por Absorção (CA) e Custeio
Variável (CV):
(1) Aumento de estoques no período,
Produção > Vendas e Lucro CA > Lucro CV.
(2)
Estoques estáveis no período,
Produção = Vendas e Lucro CA = Lucro CV.
(3) Diminuição de estoques no período, Produção < Vendas e Lucro CA
< Lucro CV.
Com isso,
já podemos identificar a correção da
assertiva:
Apesar
de incorporar custos fixos aos custos unitários, o custeio por absorção pode
resultar no reconhecimento de gastos produtivos em volume idêntico
ao custeio variável.
Isso
pode ocorrer tanto em um cenário em que não há custos fixos a serem apropriados,
quanto em um cenário de estoques estáveis no período.
Gabarito do Professor: CERTO.