-
DESACELERAÇÃO PAULATINA O país começava a vivenciar um período de desaceleração paulatina da atividade econômica, um ano após o presidente anunciar a mais ousada intervenção articulada do Estado na atividade econômica. Tratava‑se de um ambicioso projeto de investimentos e estímulos coordenados, que tinha o planejamento como métrica e uma combinação de capital privado, estatal e externo nos papeis de motores do crescimento. O II PND priorizava o aumento da capacidade energética e da produção de insumos básicos e de bens de capital.
Engendrado e concretizado em meio a uma forte contração da economia mundial, aquele foi o mais elaborado plano econômico do ciclo desenvolvimentista.
Para o cientista político José Luís Fiori, “o governo Geisel, navegando contra uma maré ideológica e econômica internacional desfavorável, foi o último dos desenvolvimentistas latino-americanos e, certamente, o mais acabado realizador da proposta industrializante da Comissão Econômica para a América Latina (Cepal) do fim dos anos 1940”.
O plano vinha de uma tradição de ordenamento econômico que vicejou especialmente a partir dos anos 1930. Na época, a ação dos Estados nacionais foi decisiva para tirar vários países da depressão e estabelecer eficazes políticas anticíclicas alavancadas por investimentos públicos que estimularam a demanda agregada para reverter a rota descendente dos mercados
Fonte: https://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=3297&catid=2
-
Questão mal formulada. Depende. Estamos falando do início ou do fim do II PND? No início, dificuldade nenhuma pela abundância de liquidez internacional provida pelos petrodólares, já no fim da década de 70, o cenário mudou e sofreu dificuldades quando os investimentos do II PND ainda estavam em fase final de maturação. Deveria ser anulada por não fazer um corte temporal.
-
Errado (?)
Bom.. o II PND é de 1974 /1970, Governo Geisel , e ficou famoso pelo "Crescimento com Endividamento"
Fomos financiados pelos Petrodólares que abundavam após o I choque do petróleo.
Agora.. falar de dificuldades para financiar a divida externa...é meio ruim de explicar.. estamos falando de qual período? Se for em fins de 1979, ao longo de 1980..sim, falamos de dificuldades para honrar dividas externa e que se perdurou ao longo dos anos 80.
Chama um professor para comentar QC!
abs
boa sorte!
-
Fala pessoal! Professor Jetro Coutinho na área, para comentar esta questão sobre Economia Brasileira.
O II PND foi um plano econômico lançado pelo governo para combater os efeitos da crise do Petróleo. Com a crise deste insumo, o preço do petróleo quadruplicou, o que impactou negativamente nossa capacidade de importação do insumo e, consequentemente, nossa possibilidade de crescimento.
O foco do II PND foi direcionar investimentos para áreas que o governo identificava como os pontos deestrangulamento da economia brasileira: infraestrutura, bens de produção (bens de capital e insumos), energia e exportação. O objetivo geral era avançar, consolidar e até completar o processo de industrialização por substituição de importações, mitigando a dependência externa de nossa economia.
Para financiar os investimentos, o governo recorreu ao aumento de dívida externa, o que permaneceu até 1979 quando houve o segundo choque do petróleo e novo aumento das dificuldades. A crise drenou a liquidez mundial, o que fez com que não houvesse disposição internacional em nos financiar. Com a alta dívida e sem a capacidade de obter dinheiro externo, caminhamos para entrar naquela que entrou para a história como a “década perdida".
Assim, de fato, o II PND se defrontou com dificuldades no financiamento da dívida externa.
Gabarito do Professor: CERTO.
-
Questão sobre o II PND.
Está certo!
Essa, aliás, é uma afirmação que vale para os anos 1970 e mais ainda para os anos 1980.
A especificidade do II PND é que sua estratégia de enfrentamento às dificuldades externas da economia brasileira propunha exatamente o pé no acelerador inclusive por meio de elevação desse endividamento externo.
Acontece, no entanto, que após uma maior dificuldade inicial promovida pelo primeiro choque do petróleo, a economia global experimentou uma abundância de liquidez de capitais, ávidos por investimentos em países como o Brasil, à época, no auge de seu processo de industrialização e modernização da estrutura produtiva.
Vejamos, senão, trecho do texto de Jennifer Hermann para Economia Brasileira Contemporânea, onde a autora deixa clara a dificuldade inicial, superada nos anos seguintes da década em questão:
Quanto ao mercado internacional, embora, inicialmente, conturbado pelo primeiro choque do petróleo, as condições de crédito se tornaram favoráveis já a partir de 1975. A ampla disponibilidade de liquidez no mercado externo, alimentada pelos petrodólares; o recuo das taxas de juros internacionais a partir de 1975 — a prime rate declinou de 10,8% ao ano em 1974 para 6,8% em 1977 — e a retomada da economia mundial após o primeiro choque do petróleo foram condições indispensáveis à viabilização do modelo de ajuste externo implementado através do II PND.