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ID
5081281
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Prefeitura de Barra dos Coqueiros - SE
Ano
2020
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

As doenças parasitárias frequentemente acometem populações com vulnerabilidade social e são classificadas pela Organização Mundial da Saúde como doenças negligenciadas. Acerca desse tema, assinale a opção correta.

Alternativas
Comentários
  • Na ascaridíase o ciclo do parasita após a ingestão do ovo pela água e alimentos chega no intestino delgado, cada ovo se rompe e libera uma larva, cada larva penetra no revestimento intestinal e cai na corrente sanguínea, atingindo fígado, coração e pulmões, onde sofre algumas mudanças de cutícula e aumenta de tamanho. Permanece nos alvéolos pulmonares podendo causar sintomas semelhantes ao de pneumonia. Ao abandonar os alvéolos passam para os brônquios, traqueia, laringe (onde provocam tosse com o movimento que executam) e faringe. Em seguida, são deglutidas e atingem o intestino delgado, onde crescem e se transformam em vermes adultos. Após o acasalamento, a fêmea inicia a liberação dos ovos, que são eliminados nas fezes humanas. Ou seja, no solo ficam os ovos e não as larvas. Alternativa A está errada. 


    Na esquitossomose o principal hospedeiro definitivo é o homem e o hospedeiro intermediário são os caramujos. Alternativa B está errada. 

    A enterobíase ou oxiuríase é causada Enterobius vermicularis, nematódeo intestinal que tem contaminação oral-fecal. Alternativa C está errada. 

    Está correta a afirmação de que o Ancylostoma duodenale e Necator americanus são os agentes infecciosos responsáveis pela ancilostomíase ou amarelão, os quais aderem à mucosa intestinal do hospedeiro e provocam-lhe quadro de anemia. Alternativa D está correta. 

    O que causa a oxiurose é o nematódeo Enterobius vermicularis. Alternativa E está errada. 

     

    Gabarito do Professor: Letra D 



    Bibliografia 
    Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias : guia de bolso / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – 8. ed. rev. – Brasília: Ministério da Saúde, 2010. 

  • Gabarito D

    O Ancylostoma duodenale e o Necator americanus pertencem à família Ancylostomidae e gêneros Ancylostoma e Necator, respectivamente. 

    São parasitos de aproximadamente 1 cm de tamanho e que habitam a região do duodeno. Os ancilostomídeos tem uma ampla cavidade bucal, provida de lâminas (N. americanus) e dentes (A. duodenale), que lhes permitem aderir à parede do intestino do hospedeiro em busca de alimento (tecido e sangue), fato este que pode promover um acentuado quadro de anemia, o que explica a endemia ser conhecida como “amarelão”.

    A transmissão da ancilostomíase ocorre principalmente pela penetração ativa das larvas infectantes do A. duodenale ou N. americanus na pele íntegra do hospedeiro, ou por via oral. 

    O contágio ocorre quando há contato direto da pele com solo contaminado com larvas infectantes ou por sua ingestão com água. No Brasil, mais de 80% das infecções ocorrem pelo N. americanus.

    Os seres humanos são os principais hospedeiros definitivos e reservatórios e são também a única fonte de infecção, o que poderia tornar o controle mais fácil e eficiente.

    A transmissão dos geo-helmintos ocorre quando as pessoas infectadas eliminam ovos viáveis no ambiente.

    A duração do ciclo evolutivo, que compreende o período do contágio até a eliminação de ovos no ambiente, por meio das fezes, varia de acordo com a espécie infectante, em geral em torno de 40 a 60 dias.

    Na fase inicial da doença, o paciente pode apresentar febre, suor, fraqueza, palidez, náuseas e tosse. Após o surgimento das formas adultas no intestino podem ocorrer desconforto abdominal, cólicas intermitentes, perda de apetite, diarreia, dores musculares e anemia de diversos graus e obstrução intestinal.

    A migração de grandes quantidades de larvas pelo fígado e pulmão pode ocasionar desconforto na região hepática, ânsia de vômito, febre e tosse, podendo desencadear um quadro de pneumonia verminótica, caracterizada pelos sintomas acima referidos e aumento dos eosinófilos no sangue periférico.

    O diagnóstico da infecção por meio de métodos parasitológicos é baseado na observação microscópica dos ovos dos parasitos nas fezes (coproscopia).

    O tratamento das geo-helmintíases é simples e feito com Albendazol ou outro helmíntico de uso oral. Uma opção é o Mebendazol, 100mg, 2 vezes ao dia, durante 3 dias consecutivos.

    O tratamento em gestantes deve ocorrer somente após o primeiro trimestre de gravidez.

    Fonte: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_controle_geohelmintiases.pdf

  • Na letra A o erro está em afirmar que o ciclo inicia-se com a ingestão de larvas.

    O A. lumbricoides é contraído ao se ingerir os ovos embrionados presentes em água e/ou alimentos crus contaminados, como frutas, verduras e legumes.

    Fonte: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_controle_geohelmintiases.pdf