Hédio Silva Junior, in Bento (2011), considera que já há,
no Brasil, “o reconhecimento legal do racismo contra
crianças negras e a noção de intervenção preventiva”.
Ele argumenta que, nos últimos anos, é crescente a preocupação com formulações conceituais e normativas capazes de orientar a atuação de professores e gestores
no tratamento da diversidade étnico-racial na educação
infantil. No entanto, segundo o autor, essas formulações
“geralmente baseiam-se em um equívoco conceitual que
minimiza, empobrece e esvazia o desempenho da educação infantil, qual seja, a ideia de que se deve adotar um
posicionamento meramente reativo”. Apontando a “insuficiência” de tal posicionamento, Silva Junior argumenta
que a própria Constituição Federal e o ECA prescrevem
que a criança deve ser colocada a salvo de toda “negligência, discriminação, crueldade e opressão”, mas que a
educação escolar pode fazer muito mais do que reprimir
a discriminação – ela pode e deve preparar crianças e
adultos para