“Desaparecido o Estado mucambeiro dos Palmares continuaram os mucambos isolados a
manter a recusa dos trabalhadores negros à escravidão. (…) Essa situação de negros trabalhadores de
engenhos e de negros rebeldes mucambeiros seria aproveitada pela insurrecionalidade de 1832. Os senhores
restauradores cometeram o erro de fornecer as armas que estavam em poder dos juízes de paz, seus aliados,
aos negros dos seus plantéis e aos negros mucambeiros que aderiram. Com a prisão dos chefes absolutistas,
os índios aldeados adotaram como regra ataques aos engenhos e à libertação dos negros escravizados. (…)
A anistia que se decretou aos índios e aos homens livres mulatos e brancos não alcançava a multidão de
negros que aderira à insurreição. (...) A permanência dos negros nas matas, concluída a insurrecionalidade,
era a única forma de adesão à liberdade. Sua saída significava a exclusão da liberdade que a vida mucambeira
e a insurrecionalidade cabana lhes havia oferecido. Para a mente estamental sesmeiro-escravista, negro só
tinha vez na escravidão.” (LINDOSO, Dirceu. A utopia armada: rebeliões de pobres nas matas do Tombo Real. Rio de Janeiro:
Paz e terra, 1983, p. 305 e 306)
Sobre o fragmento acima NÃO se pode afirmar que: