Discordo do Leo Fioratti e concordo com a Silvia Vasques. A predominância é de direito privado, que é derrogado parcialmente por algumas regras do direito público. Derrogação parcial do regime de direito privado por normas de direito público. Ou seja, num exemplo hipotético numérico, diríamos: 80% de regras do direito privado e 20% de regras do direito público.
O contrário não pode ser verdade, pois a ordem dos fatores altera o resultado. Vejamos: se fosse predominantemente regido por normas de direito público sendo derrogado parcialmente pelo direito privado, no exemplo hipotético, diríamos: 80% de regras do direito público e 20% de regras do direito privado. Daí a afirmação do Leo ser errada: "Nessa situação, a ordem dos fatores não alteram o resultado".
É preciso ter jogo de cintura com as questões, colegas. Em nenhum momento a banca disse regime "predominantemente" de direito público regido por normas de direito privado. Uma proporção de 20/80 ainda é parte pública e parte privada, então é possível considerar este um regime público derrogado parcialmente (80%, no exemplo do colega acima) por normas de direito privado.
Concordo que a questão poderia ter sido melhor escrita e que essa inversão em nada contribui para aqueles que realmente dominam o assunto, tanto é que gastei um tempo considerável perscrutando a resposta dessa questão, mesmo com a matéria na ponta da língua. Todavia, em alguns casos é preciso se colocar no lugar do examinador e tentar entender o que realmente ele quer extrair do candidato em cada questão. A questão é de 2015 e muita coisa melhorou de lá pra cá na redação das questões de prova, mas mesmo hoje eu acho difícil acreditar que uma questão assim teria seu gabarito alterado.
Portanto, NESTE CASO ESPECÍFICO, em que a questão não dá indicativos de que deseja saber qual é o regime predominante, concordo com o Leo Fioratti quando ele diz que a ordem dos fatores não interfere no resultado.