Criada por volta de 1940, por Carl Rogers, psicólogo americano, que atuou como psicoterapeuta por mais de 30 anos e trouxe grandes contribuições para a prática clínica e para a educação, a Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) pode ser considerada como uma das principais teorias que priorizam a responsabilidade individual do cliente e o respeita como agente de mudança em si mesmo. Rogers afirma que essa teoria se baseia na confiança em todos os seres humanos e em todos os organismos, acredita-se que cada organismo não importa em que nível, se movimenta em direção à realização construtiva das possibilidades que lhes são inerentes.
Vejamos a seguir, alguns dos principais constructos dessa teoria:
a) Tendência à Atualização: segundo Rogers (1983: 40) pode “ser frustrada ou desvirtuada, mas não pode ser destruída sem que se destrua também o organismo". Trata-se, portanto, de uma característica dos seres vivos. A Tendência à Atualização (ou Realização) é um dos principais pilares teóricos da ACP e propõe que em cada organismo, não importando sua complexidade, existe um fluxo interno que movimenta o Ser em direção à construção de suas potencialidades, desenvolvendo-as de maneira a conservar-se e se enriquecer.
b) Campo da Experiência: Rogers (1983) acredita que como cada indivíduo é único, há também um campo da experiência único para cada um. Este campo de experiência ou “campo fenomenal" contém tudo aquilo que se passa no organismo em qualquer momento, e esse conteúdo pode estar disponível ou não à consciência. O conteúdo desse campo inclui “eventos, percepções, sensações e impactos dos quais a pessoa não toma consciência, mas poderia tomar se focalizasse a atenção nesses estímulos" (FADIMAN & FRAGER, 1986).
c) Self: situa-se dentro do campo de experiência. O Self ou auto-conceito é a visão que uma pessoa tem de si própria, baseada em experiências passadas, estimulações presentes e expectativas futuras (FADIMAN & FRAGER, 1986).
d) Self Ideal: é o conjunto das características que o indivíduo mais gostaria de ser. Assim como o Self, ele é uma estrutura móvel e variável, que passa por redefinição constante, na medida em que, geralmente, se espelha em conceitos superficiais impostos pela cultura e sociedade (FADIMAN & FRAGER, 1986).
e) Congruência e Incongruência: Congruência é definida por Rogers (1959) como o grau de exatidão entre a experiência da comunicação e a tomada de consciência, estando intimamente relacionada ao ajustamento e harmonia. Um alto grau da congruência significa que a comunicação (o que se está expressando), a experiência (o que está ocorrendo) e a tomada de consciência (o que se está percebendo) são todas semelhantes. (FADIMAN & FRAGER, 1986).
FADIMAN, James & FRAGER, Robert. 1986. Teorias da Personalidade. São Paulo: Editora Harbra, 1986.
Gabarito do Professor: CERTO