Seu Pedrinho de Oliveira, mineiro, 83 anos, se orgulha de ser considerado “pioneiro” de Ariquemes. Na
parede da sala de jantar de sua casa, ao lado das fotos das reuniões de família, existem várias placas
comemorativas de sua participação como sócio fundador do Lions, tanto em Ariquemes, quanto em
Espera Feliz, em Minas Gerais. Seu Pedrinho se recorda com alegria do momento da fundação do Lions,
porque, segundo ele, o clube ajudaria a fortalecer os laços entre as famílias que acabavam de chegar a
Rondônia: “Fundei em 1977, 1978. O primeiro lugar em que a gente fez a reunião foi na oficina mecânica,
sentado no motor, numa caixa, não tinha lugar pra gente reunir, não tinha lugar pra reunir na cidade”. Ele
também me mostrou, quando fui à casa dele pela primeira vez, a placa que recebeu do Estado de
Rondônia como “pioneiro” de Ariquemes. Para tanto, houve uma cerimônia organizada pela Assembleia
Legislativa, na qual seu Pedrinho e seu Abel Zanella foram apresentados como “pioneiros”, entre outros.
Em 2010, a prefeitura da cidade também organizou um evento em homenagem aos “pioneiros” de
Ariquemes. Sobre as características do “pioneiro”, principalmente aquela ligada a um recorte temporal
específico, seu Pedrinho de Oliveira comenta: “As famílias que receberam [a homenagem] chegaram no
mesmo ano que eu, ou um pouco depois. Eu me considero “pioneiro”, e são só aqueles que chegaram
primeiro mesmo, nos primeiros anos”. Ele conta que as famílias que podem ser consideradas “pioneiras”
seriam aquelas que chegaram a Rondônia nas décadas de 1970 e início de 1980.”
(CORDEIRO, Manuela Souza Siqueira. PIONEIROS, FUNDADORES E AVENTUREIROS – a ocupação de
terras em Rondônia. In: Revista de Antropologia. v. 61 n. 1. São Paulo: USP, 2018, p.133-134.)
Quanto à colonização do Estado de Rondônia, nas décadas de 1970-1980, é incorreto afirmar: