Uma tentativa de responder esse item é adotar o seguinte raciocínio:
Grosso modo, a política de câmbio flutuante implica na necessidade de maior rigor de outras políticas (monetária e fiscal) para não descambar (igual ocorreu no final do governo Dilma). Ao contrário da política de câmbio fixo, que por si só exige maior controle de outras políticas para se obter credibilidade. A tendência do câmbio fixo é controlar a inflação, como ocorre na política da Alemanha. Do câmbio flutuante, a tendência é que a inflação seja regulada pelas outras políticas (monetária e fiscal), como ocorre no Brasil.
Ainda de modo complementar, vamos colocar aqui a noção de política contracionista e expansionista. Enquanto a primeira reduz o gasto do governo e aumenta os tributos para desincentivar o consumo com o objetivo de permitir ao Estado "arrumar a casa", tal como no governo do FHC, na segunda o governo faz o inverso, eleva os gastos e reduz a tributação para incentivar o consumo com o objetivo de permitir que a economia verdadeiramente se aqueça, tal como no caso do governo do Lula, em especial no primeiro mandato (reduziu IPI da linha branca e criou o PAC). Durante a política contracionista do FHC, tivemos um período com câmbio fixo, no qual se o governo construiu a credibilidade perante outros países, e um período de câmbio flutuante (pós crise da Rússia em 1998), no qual se estabeleceu o câmbio flutuante. Este, por sua vez, foi acompanhado de políticas fiscais e monetárias que controlaram a inflação e permitiram o crescimento do País. E assim seguiu até a desordem fiscal que se inicia com as políticas desacertadas após uma boa fase do governo do Lula e que culmina com o governo Dilma, retornando a uma fase de contração econômica com o governo Temer e segue no governo atual (+ ou -...).
Continuo abaixo. Isso foi a introdução.
Continuando....
A questão cita que a queda no interesse dos produtos nacionais por importadores implicaria queda nas exportações, no consumo, no produto interno bruto e na inflação. Isso acontece porque:
1 - A aversão de importadores (País estrangeiro, portanto) reduz a exportação.
2 - Sem o excedente da exportação, reduzem-se os investimentos. (Delfim Netto já dizia em 1969, que a ideia da exportação é que ela supere as importações e o excedente seja reaplicado em outras áreas econômicas).
3 - Com a redução do investimento, é natural que o consumo se reduza, pois é o aumento da riqueza que aumenta o consumo. Sem riqueza, sem consumo.
4 - A fórmula macroeconômica do PIB é a seguinte: PIB = C + I + G + (X – M), em que C é o consumo das famílias, I é a tributação, G é o gasto do governo (investimento) e X-M é a balança comercial (X = exportação e M = Importação). Se C e X serão menores (entenda-se: a balança comercial será menor também), então o PIB será menor, isto é, terá uma queda.
5 - Soma-se a essa queda a redução da inflação. Inflação é gerada basicamente de 3 modos: ou se eleva a oferta da moeda, de modo a desvalorizá-la; ou se eleva a inflação de demanda (excesso de consumo a aumenta, redução do consumo a diminui); ou ainda se se elevam os preços justamente pelo resultado da balança comercial (a respeito do que ocorre com o preço do combustível, ou da carne, cujos preços estão atrelados ao dólar e, consequentemente, a expansão da balança comercial eleva o preço dos produtos localmente, gerando inflação). Assim, se a balança comercial se contrai (diminuição do volume de exportações), então a inflação também diminui.
Por tudo isso, a alternativa correta é a letra A.