SóProvas


ID
5435500
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Conhecimentos Gerais
Assuntos

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Um dos maiores e mais conhecidos poemas – “José” – exprime a solidão do indivíduo na cidade grande, a sua falta de esperança e a sensação de estar perdido na vida. O poema tem como autor:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: D

  • GAB. D

    O poema José de Carlos Drummond de Andrade foi publicado originalmente em 1942, na coletânea Poesias. Ilustra o sentimento de solidão e abandono do indivíduo na cidade grande, a sua falta de esperança e a sensação de que está perdido na vida, sem saber que caminho tomar.

    José

    E agora, José?

    A festa acabou,

    a luz apagou,

    o povo sumiu,

    a noite esfriou,

    e agora, José?

    e agora, você?

    você que é sem nome,

    que zomba dos outros,

    você que faz versos,

    que ama, protesta?

    e agora, José?

    Está sem mulher,

    está sem discurso,

    está sem carinho,

    já não pode beber,

    já não pode fumar,

    cuspir já não pode,

    a noite esfriou,

    o dia não veio,

    o bonde não veio,

    o riso não veio,

    não veio a utopia

    e tudo acabou

    e tudo fugiu

    e tudo mofou,

    e agora, José?

    E agora, José?

    Sua doce palavra,

    seu instante de febre,

    sua gula e jejum,

    sua biblioteca,

    sua lavra de ouro,

    seu terno de vidro,

    sua incoerência,

    seu ódio — e agora?

    Com a chave na mão

    quer abrir a porta,

    não existe porta;

    quer morrer no mar,

    mas o mar secou;

    quer ir para Minas,

    Minas não há mais.

    José, e agora?

    Se você gritasse,

    se você gemesse,

    se você tocasse

    a valsa vienense,

    se você dormisse,

    se você cansasse,

    se você morresse...

    Mas você não morre,

    você é duro, José!

    Sozinho no escuro

    qual bicho-do-mato,

    sem teogonia,

    sem parede nua

    para se encostar,

    sem cavalo preto

    que fuja a galope,

    você marcha, José!

    José, para onde?

    https://www.culturagenial.com/poema-e-agora-jose-carlos-drummond-de-andrade/

    A cada dia produtivo, um degrau subido. HCCB ®

    CONSTÂNCIA!!