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ID
5441470
Banca
FCC
Órgão
DPE-GO
Ano
2021
Provas
Disciplina
Criminologia
Assuntos

O crime organizado é tratado

Alternativas
Comentários
  • GAB: D

    1. A teoria da subcultura delinquente é uma das escolas sociológicas do consenso. Tem como seus autores Cohen (Delinquent boys), Whyte, Matza, Sykes, Bloch, Cloward, Ohilin etc.
    2. Surgem na década de 50 como resposta ao problema que suscitavam determinadas minorias marginalizadas, sobretudo nos Estados Unidos.
    3. Foco na delinquência infanto-juvenil.
    4. Principais aspectos:

    - Cada grupo ou subgrupo possui seu próprio código de valores, os quais nem sempre coincidem com os valores majoritários e oficiais, e todos querem fazer valê-los frene aos restantes (caráter pluralista e atomizado da ordem social).

    - O crime não é produto da “desorganização” ou da “ausência de valores”, senão reflexo de outros sistemas de normas e valores distintos: os “subculturais” (respaldo normativo da conduta desviada).

    - Tanto a conduta regular como a irregular contariam com uma estrutura e significação muito semelhante, visto que o autor, em última análise, reflete com sua conduta o grau de aceitação dos valores da cultura ou subcultura ao qual pertence, valores que se interiorizam mediante idênticos mecanismos de aprendizagem e socialização (semelhança estrutural, em sua gênese, do comportamento regular e irregular).

    - A “subcultura” é uma espécie de cultura de reação que certas minorias marginalizadas criam dentro da cultura oficial para expressar a ansiedade e frustração que sentem ao não poder participar, por meios legítimos, das expectativas que teoricamente seriam oferecidas a todos pela sociedade (êxito, respeitabilidade, poder – meritocracia).

    - A classe média põe especial ênfase na eficiência e na responsabilidade individual, na racionalidade, no respeito à propriedade, no emprego do tempo livre, na poupança, na condenação do prazer e na ascensão social.

    - As classes baixas concedem maior importância à força física e à coletividade e menor à poupança e a condenação do prazer.

    - Os jovens de classe baixa estão propensos ao conflito e à frustração porque se acham em desvantagem. De algum modo, participam de ambos os sistemas de valores.

    - O delinquent boy resolve sua frustração de status enfrentando de forma aberta os padrões da sociedade oficial e referida rebeldia confere-lhe prestígio.

    - Subculturas criminais (de jovens) não são utilitárias porque predomina em seus comportamentos o significado simbólico sobre o material pecuniário,

    - Comportamento malicioso, prazer em provocações e desafiar os tabus da cultura oficial.

    - Rejeição deliberada dos valores da classe média.

    - A subcultura criminal é uma cultura de grupo, não uma opção individual, no sentido de Merton.

    Fonte: Ciclos

    #Sobre o anacronismo: As FACÇÕES CRIMINOSAS se enquadram na teoria de Sutherland (associação diferencial): ESTRUTURA ORDENADA; DIVISÃO DE TAREFAS; OBJETIVO DE OBTER VANTAGEM - possuem utilitarismo e motivação racional, ao contrário da teoria da subcultura delinquente).

  • Infelizmente, muitas vezes nas provas de concurso sobre criminologia o examinador simplifica conceitos complexos para que caiba numa assertiva de V/F. Por isso, é importante ter em mente algumas "palavras-chaves" comuns nessas questões:

    ERRADA - LETRA A) Escola de Chicago é relacionada com uma abordagem sociológica, não individual. Não se trata de formação de identidade (individual), de associação de indivíduos em grupos com valores proprios (isso é Teoria da Associação Diferencial), mas sim da (des)organização social. Fatores sociais do delito (poucas condições economicas, nao ter acesso a direitos etc).

    ERRADA - LETRA B) Teoria da Reação social engloba um conjunto de teorias que muda o foco do estudo: deixa de analisar apenas o criminoso, e passa a analisar o modo como a sociedade reage ao crime. Não se relaciona com ideias como caracteristicas psíquicas, físicas, etiologia do criminoso, pois isso é relacionado ao Positivismo.

    ERRADA - LETRA C) Escola Positivista: se relaciona com analise das caracteristicas do criminoso, fisicas e psicologicas, e essas determinariam a propensão ao crime. Teoria mais determinista, baseada no método das ciências naturais. Não estuda patologias coletivas (social), mas sim o individuo em si.

    CORRETA LETRA D) de fato, a Teoria da Subcultura caracteriza o crime realizado por esses grupos como um comportamento não utilitário, ou seja, que não busca racionalmente uma vantagem, mas sim quer se distanciar dos padrões sociais aceitos pela maioria, já que não conseguem alcançar as metas culturais da sociedade (dinheiro, poder, status, etc). Nesse sentido, pode-se dizer que se afasta da ideia das facções criminosas como PCC, porque estes tem um objetivo racional e utilitário. No entanto, cabe destacar que essa não é uma posição unânime nos estudos de criminologia havendo quem defenda que o PCC é sim um exemplo de subcultura delinquente.

    ERRADA - LETRA E) Criminologia cultural se refere a uma teoria pós estruturalista, que vai estudar não so as condições materiais como importantes para o crime, como fazia a Escola de Chicago, mas tambem questões internas do individuo, os sentidos que ele dá à pratica do crime, os simbolos, a linguagem.

  • Assertiva D " FCC" rs criatividade Fda rs

    O crime organizado é tratado pela teoria da subcultura delinquente como uma manifestação não utilitária e destrutiva, o que representa um anacronismo ao ser transportada para a compreensão das facções prisionais brasileiras.

  • não sei exatamente em qual país o examinador que fez isso mora pra falar que organização criminosa não tem utilitarismo

  • O crime organizado é não utilitarista ?? São organizações justamente estruturadas e com divisão de tarefas sempre voltadas para a pratica de crimes com viés lucrativo. A Esmagadora maioria delas é inclusive voltada ao trafico de entorpecentes... Essas provas para DPE tem umas questões meio bizarras...

  • Dentro os exemplos da subcultura delinquente nos EUA pode-se mencionar as gangues de bairros localizados em periferias nas grandes cidades, tribos de pichadores e membros de facções criminosas em bairros afastados. 

    Segundo Cohen, a Subcultura Delinquente se caracteriza por 3 fatores: 

    1. Não utilitarismo: muitos delitos não possuem motivação racional (exemplo: alguns jovens furtam roupas que não irão usar). 
    2. Malícia da conduta: prazer em prejudicar o próximo (exemplo: atemorização que gangues fazem em jovens que não as integram). 
    3. Negativismo da conduta: oposição aos padrões da sociedade. 

  • pmce vai vim nessa pega

  • A noção de uma subcultura delinquente gira em torno da falta de motivação prática dos crimes, ou seja, há um não utilitarismo na ação criminosa, eles estão ali não para obter lucro ou comandar o crime organizado, mas sim para desafiar os modelos de produção consumista, eles roubam não porque precisam, mas sim porque dentro desse sistema de valores à parte da sociedade (regras que eles mesmo criaram), eles podem fazer isso. Ainda mais, Cohen defende que esse comportamento rebelde-juvenil deve ser combatido com respostas não criminais e não punitivistas.

  • GABARITO - D

    Tal Teoria se encontra dentro das Teorias do Consenso.

    Teoria da Subcultura Delinquente

    Subcultura é um termo bastante utilizado na sociologia e na antropologia referindo-se a um grupo de pessoas, normalmente minoritário, com um conjunto de regras, comportamentos e crenças próprias. Trata-se de uma subdivisão dentro de uma cultura dominante na sociedade. Atributos de matizes diferentes como raça, cor, sexo, religião, ideologia política e orientação sexual, por exemplo, podem ser determinantes de uma subcultura.

    A teoria da subcultura delinquente foi desenvolvida por Albert K. Cohen na década de 50, contestando a noção de uma ordem social, conforme sustentado pela criminologia tradicional. Para a teoria da subcultura delinquente, a conduta delitiva não seria um produto da desorganização social e outras mazelas da sociedade, mas sim um reflexo da existência de valores distintos daqueles pregados pela cultura dominante. Teria, portanto, respaldo normativo. Vale dizer, o autor de um comportamento, seja adequado ao direito ou contrário a ele, apenas reflete o grau de aceitação e interiorização dos valores da cultura ou subcultura à qual pertence. De fato, algumas subculturas possuem valores distintos dos valores da cultura dominante. Sendo assim, o delito não pode ser considerado como o resultado de uma predisposição para a violação da lei, mas apenas e tão-somente um mero reflexo destas diferenças culturais.

    Fonte: Gran cursos.

  • COPIADO PARA ESTUDO

    Infelizmente, muitas vezes nas provas de concurso sobre criminologia o examinador simplifica conceitos complexos para que caiba numa assertiva de V/F. Por isso, é importante ter em mente algumas "palavras-chaves" comuns nessas questões:

    ERRADA - LETRA A) Escola de Chicago é relacionada com uma abordagem sociológica, não individual. Não se trata de formação de identidade (individual), de associação de indivíduos em grupos com valores proprios (isso é Teoria da Associação Diferencial), mas sim da (des)organização social. Fatores sociais do delito (poucas condições economicas, nao ter acesso a direitos etc).

    ERRADA - LETRA B) Teoria da Reação social engloba um conjunto de teorias que muda o foco do estudo: deixa de analisar apenas o criminoso, e passa a analisar o modo como a sociedade reage ao crimeNão se relaciona com ideias como caracteristicas psíquicas, físicas, etiologia do criminoso, pois isso é relacionado ao Positivismo.

    ERRADA - LETRA C) Escola Positivista: se relaciona com analise das caracteristicas do criminoso, fisicas e psicologicas, e essas determinariam a propensão ao crime. Teoria mais determinista, baseada no método das ciências naturais. Não estuda patologias coletivas (social), mas sim o individuo em si.

    CORRETA LETRA D) de fato, a Teoria da Subcultura caracteriza o crime realizado por esses grupos como um comportamento não utilitário, ou seja, que não busca racionalmente uma vantagem, mas sim quer se distanciar dos padrões sociais aceitos pela maioria, já que não conseguem alcançar as metas culturais da sociedade (dinheiro, poder, status, etc). Nesse sentido, pode-se dizer que se afasta da ideia das facções criminosas como PCC, porque estes tem um objetivo racional e utilitário. No entanto, cabe destacar que essa não é uma posição unânime nos estudos de criminologia havendo quem defenda que o PCC é sim um exemplo de subcultura delinquente.

    ERRADA - LETRA E) Criminologia cultural se refere a uma teoria pós estruturalista, que vai estudar não so as condições materiais como importantes para o crime, como fazia a Escola de Chicago, mas tambem questões internas do individuo, os sentidos que ele dá à pratica do crime, os simbolos, a linguagem.

  • Deem uma lida...

    https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/406259201/o-pcc-pode-ser-considerado-uma-subcultura-delinquente

  • Pessoal, pelo que já li e fiz de exercícios, acho que essa questão aí meio que pisou na bola. Associação diferencial se encaixaria melhor aí, pois nessa busca-se alcançar os valores da sociedade (dinheiro, status...) por meios não convencionais (tráfico, roubo), já na subcultura há a negação dos valores por não terem atingido esses mesmos valores. Não vou nem falar da prática do dia-a-dia, porque daí essa questão estaria 100% errada, vou falar do que já fizemos de exercícios mesmo. Crime organizado negando valores das sociedades? Até pode ser, mas também há crime organizado que busca a satisfação dos valores como status e prestígio, então, a questão até pode estar certa, mas deveria informar qual o modelo de organização se busca, até porque atualmente queria alguém me citando uma organização que não busca dinheiro e status (só se for a guerrilha do Araguaia)

  • Explicação:

    D- Pela teoria da subcultura delinquente como uma manifestação não utilitária e destrutiva, o que representa um anacronismo ao ser transportada para a compreensão das facções prisionais brasileiras.

    Anacronismo é um erro cronológico, expressado na falta de alinhamento, consonância ou correspondência com uma época. Portanto a questão esta correta, pois informa que a subcultura não pode ser atribuída às facções prisionais brasileiras, pois essas se manifestam de forma utilitária.

  • série do UOL que ajuda muito a entender a aplicação da teoria no Crime Organizado.

  • A questão exige do candidato uma análise criminológica a respeito do crime organizado dentro da abordagem das teorias macrossociológicas da criminologia:

    a) Incorreta. O pensamento da Escola de Chicago é marcado pelo surgimento de um pensamento que se convencionou designar Teoria da Ecologia Criminal, ou ainda, Teoria da Desorganização Social. Para os teóricos desta teoria a cidade era responsável por produzir criminalidade, o objeto de investigação desta teoria é o ambiente e as áreas de delinquência. Na área de menor sociabilidade, ou seja, desorganizada socialmente é onde se encontram os maiores índices de cometimento de delitos.

    b) Incorreta. Pela teoria da reação social, (labelling aproach, interacionista, rotulação, etiquetamento) o delinquente não é um sujeito portador de uma qualidade intrínseca, ou seja, não são observados os aspectos biológicos (características físicas do criminoso), tão pouco características psíquicas (doenças mentais). Ao contrário, ocorre o deslocamento do interesse cognoscitivo das causas (biológicas, psicológicas e sociológicas) do comportamento criminoso para os sistemas de controle social do crime e da criminalidade: as definições legais dos crimes, o processo de criminalização e o sistema carcerário.

    c) Incorreta. O discurso etiológico sobre criminalidade da criminologia positivista possui como uma das características a explicação fundada em defeitos individuais determinadas por patologia ou subsocialização, com propostas de correção pessoal ou de reformas sociais. 

    d) Correta. A subcultura delinquencial caracteriza-se por três fatores: não utilitarismo da ação, malícia da conduta e seu negativismo. Por exemplo, muitas subtrações de grupos juvenis, as chamadas gangues (subculturas) não têm uma motivação, ou seja, não são utilitárias (agem por puro prazer.) O anacronismo consiste basicamente em utilizar os conceitos e ideias de uma época para analisar os fatos de outro tempo. Por exemplo, querer analisar as facções no contexto brasileiro utilizando-se como comparativo a realidade americana (gangues americanas de outro período histórico) é do ponto de vista teórico acacrônico, fadado ao insucesso, pois a realidade brasileira deve ser estudada levando-se em conta seu próprio contexto, valores subculturais, seus distintos atores.

    e) Incorreta. A criminologia cultural é uma teoria recente, dos anos 90. Ao contrário do que diz a assertiva, entende-se que a criminologia cultural não defende as organizações criminosas como manifestações legítimas de organização popular de resistência contra as mazelas do sistema penal, mas, tal teoria busca compreender os mecanismos que legitimam e explicam o tratamento penal que é dado a certas manifestações culturais, a exemplo das facções criminosas.

    Gabarito: D

     

    Referências:

     

    SHECAIRA, Sérgio Salomão. Criminologia (livro eletrônico). 4ª ed. em e-book baseada na 9ª ed. impressa. São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2021.

     

     

  • Só nessa questão crime organizado seria subcultura, por exclusão. Mas não podemos levar isso para outra prova.

  • O erro da E está em falar que a criminologia cultural faz um juízo de valor sobre a conduta criminosa. Talvez estivesse certa se dissesse que a criminologia crítica faz tal juízo de valor. Porém, a criminologia cultural apenas diz que o indivíduo pode ter aquela percepção sobre o crime sem defender essa visão.

    Quanto ao conceito de "decolinial":

    O conceito de decolonialidade surge como uma proposta para enfrentar a colonialidade e o pensamento moderno, principalmente através dos estudos do grupo MCD (Modernidade, Colonialidade e Decolonialidade) compostos por estudiosos como  Aníbal Quijano (2005), Catherine Walsh, Edgard Lander (2005), Enrique Dussel (2000), Nelson Maldonado-Torres (2017) e Walter Mignolo. 

    A decolonialidade é considerado como caminho para resistir e desconstruir padrões, conceitos e perspectivas impostos aos povos subalternizados durante todos esses anos, sendo também uma crítica direta à modernidade e ao capitalismo. 

    O pensamento decolonial se coloca como uma alternativa para dar voz e visibilidade aos povos subalternizados e oprimidos que durante muito tempo foram silenciados. É considerado um projeto de libertação social, político, cultural e econômico que visa dar respeito e autonomia não só aos indivíduos, mas também aos grupos e , como o , o , o movimento ecológico, o , etc. 

    https://www.politize.com.br/colonialidade-e-decolonialidade/

  • Sobre a D

    O examinador dizer que a teoria da subcultura delinquente como uma manifestação não utilitária e destrutiva, representa um anacronismo ao ser transportada para a compreensão das facções prisionais brasileiras em conformidade com uma Organização Criminosa, é no mínimo muito diferente do conceito estudado pela Criminologia, uma vez que diferentemente da Orcrim, a subcultura delinquente não tem um fim almejado (não tem uma utilidade na ação), mas tão somente um quebramento de regras, uma contestação ao sistema social dominante (a grosso modo).

    Então, equiparar Orcrim com a subcultura delinquente é meio que forçoso, pra não dizer tendencioso, pois naquela há indiscutível finalidade das ações. É só analisar os conceitos de ambas para ver que a alternativa não está em consonância com as finalidades que elas apresentam.

  • Falou em facção, crime organizado, só procurar subcultura delinquente

  • GABARITO LETRA "D"

    Teoria da subcultura do delinquente:

    - Desenvolvida por Albert Cohen.

    - Consiste na ideia de uma cultura inserida dentro de outra cultura predominante, no sentido de que determinados grupos possuem um conjunto próprio de valores. Ex: Máfias, gangues e facções

    - Uma das principais críticas a essa teoria é a de que ela não consegue oferecer uma explicação generalizadora da criminalidade, havendo um apego exclusivo a determinado tipo de crime, sem que se tenha uma abordagem do todo.

    FONTE: Meus resumos.

    "A fé na vitória tem que ser inabalável".