Favelização: A falta de planejamento e de políticas públicas faz com que muitas pessoas (ao dirigirem-se às cidades e não encontrar locais para abrigarem-se) ocupem áreas terrenas, muitas vezes em áreas de risco. A favelização é uma consequência do inchaço urbano e da ocupação desordenada das cidades.
Excesso de lixo: Visivelmente, onde há maior concentração de pessoas, há também maior produção de lixo. O aumento do número de habitantes nas grandes cidades fez com que houvesse maior produção de lixo, que, por vezes, é descartado de maneira incorreta, provocando outros problemas urbanos e também problemas ambientais. Segundo o IBGE, no Brasil, cerca de 50% do lixo gerado é depositado em locais incorretos, a céu aberto.
Poluição: A questão da poluição pode ter diversas naturezas. As grandes cidades concentram, além de um elevado número de habitantes, também um grande número de indústrias e automóveis, que, diariamente, emitem diversos gases poluentes à atmosfera, causando poluição do ar. A poluição sonora e visual também é um grande problema vivido nos centros urbanos, comprometendo o bem-estar da população.
Violência: Processos como a marginalização da população por meio da favelização ou da ocupação desordenada contribuem para o aumento da violência. O inchaço das cidades associado à incapacidade de abrigar toda a população, às condições insalubres de moradia e à falta de políticas públicas que atendam essa parcela da população tem como consequência direta o aumento da criminalidade.
Inundações: O processo de urbanização está atrelado a diversas questões, como o aumento da produção de lixo associado à impermeabilização do solo. O asfaltamento das cidades e o mau planejamento prejudicam o escoamento das águas, provocando inundações.
A questão acima tem como tema os problemas sociais urbanos do Brasil tendo como ênfase a desigualdade social presente no espaço urbano no Brasil.
Na pergunta é solicitado ao candidato que julgue uma afirmação que aponta que o espaço urbano, embora propiciasse crescimento e desenvolvimento, também gera desigualdade, problema que assolar grande parte da população brasileira.
É importante ressaltar que até a década de 1940, o país era predominantemente rural. Grande parte da população brasileira morava na zona rural e a economia do país estava vinculado à agricultura.
Isso começou a mudar a partir da década de 1930, com os esforços de Getúlio Vargas em iniciar o processo de Industrialização no país. Com isso, houve um direcionamento de capitais, em que muitos agricultores perderam seus incentivos e foram "encorajados" a migrarem para as cidades. Esse processo se intensifica no final da década de 1950, no governo de Juscelino Kubitscheck, com a abertura da economia para o capital estrangeiro que acabou atraindo indústrias estrangeiras para o território brasileiro, sobretudo para a região Sudeste, o que levou ao crescimento econômico do país.
Com o aumento da expansão da Industrialização e a falta de incentivos no campo, a população rural sem grandes perspectivas no campo foram para as cidades, que cresceram a partir da influência das indústrias, intensificando o fenômeno do êxodo rural.
Isso fez com que a urbanização expandisse no país, e ganhasse um novo "boom" na década de 1970, com a chamada Revolução Verde. A Revolução Verde trouxe muitas inovações tecnológicas para o campo brasileiro, elementos como máquinas agrícolas (tratores, colheitadeiras, pivôs centrais), agrotóxicos, fertilizantes, sementes transgênicas, fez com o que o campo fosse mais produtivo e rentável para a economia brasileira.
Só que a Revolução Verde trouxe várias consequências sociais para a população rural do país, uma vez que a mecanização do campo trouxe o desemprego estrutural, uma vez que muitas pessoas tiveram sua mão-de-obra substituída pelas máquinas, o endividamento do pequeno produtor que tentou se adequar à essas novas tecnologias e seguinte concentração de terras nas mãos de poucas pessoas, uma vez que o pequeno produtor endividado vendeu sua pequena propriedade para pagar suas dívidas contraídas nos créditos oferecidos pelo governo brasileiro.
Sem emprego e sem terras, muitos produtores rurais e trabalhadores migraram em direção às cidades, intensificando, de forma acelerada, a urbanização brasileira. Entretanto, é importante destacar que as cidades brasileiras não se prepararam para receber uma quantidade tão grande de pessoas, uma vez que a infraestrutura presente nas metrópoles brasileiras não era suficiente para atender a todos.
Nesse sentido, problemas sociais aconteceram. Após a década de 1980, com o crescimento das grandes metrópoles, as cidades tiveram um forte viés mercadológico, onde morar bem na cidade, próximo de infraestruturas, significava pagar um preço por isso. Sendo assim, houve uma segregação de áreas, em que regiões urbanas com elevado índice de infraestruturas e conforto seriam mais caras, o que de certo modo, empurrou esses migrantes, e pessoas mais pobres para as regiões mais afastadas e periféricas da cidade, onde era mais barato de se viver.
Sendo assim, problemas como segregação socioespacial, favelização, desigualdade de renda, falta de acesso a serviços básicos, desemprego, entre outros, foram problemas gerados pela urbanização no país, que foi feita de forma acelerada e sem planejamento.
Portanto, a afirmação está CERTA.
Gabarito do Professor: Certo.