Antonio de Oliveira de Cardonega era um militar e historiador português. Fixou residência em Luanda, onde faleceu em 1690. É o autor dos três volumes da Historia Geral das Guerras Angolanas. Os principais assuntos deste livro são as campanhas militares em Angola à época mas, também estão presentes os testemunhos de missionários católicos e da própria rainha Jinga.
O texto oferecido como suporte da questão demonstra a visão do militar português perante os negros africanos. Segundo ele, o objetivo é que eles sejam uteis e catequizados para servir em algum lugar católico.
A historiografia europeia do século XVII e XVIII destacam os africanos como canibais de hábitos selvagens e tiranos cruéis. Esta figura criada dos negros africanos justificava a catequização para extinção de comportamentos tidos como "ruins", além de atribuir a culpa da escravidão aos chefes africanos.
A questão demanda, mais do que tudo, interpretação de texto. Pode ser considerada mais adequada à seleção de professores de História do que de Inglês. Não exige, porém, conhecimentos mais específicos da História de Angola. São suficientes conhecimentos sobre o escravismo entre os séculos XV e XIX, que trouxe milhares de africanos para o trabalho escravo no continente americano.
A) INCORRETA – Esta afirmativa está incorreta pois as pessoas eram capturadas em emboscadas ou eram prisioneiras de guerra. Depois disso poderiam ser comercializadas por seus senhores. Ou seja, o tráfico negreiro era uma iniciativa que ia ao encontro dos interesses das lideranças africanas. No entanto, é inegável a participação de comerciantes africanos na venda de africanos para escravização
B) INCORRETA – Esta afirmativa está incorreta pois os negros africanos que seriam escravizados não eram convencidos a ir trabalhar na América e sim forçados.
C) CORRETA – Esta justificativa está correta pois “salvar os povos africanos da antropofagia e das guerras entre tribos" foi o discurso utilizado pelos portugueses para corroborar o tráfico negreiro para a América. Lembrando que o trabalho como sacrifício também faz parte das boas obras que geram a salvação, segundo a fé católica.
D) INCORRETA – Esta afirmativa está incorreta pois o Estado português estava associado à Igreja pelo sistema de regalismo. A expansão da fé cristã, a expansão territorial e o desenvolvimento caminhavam na mesma direção. Por vezes um justificava a existência do outro.
E) INCORRETA – Esta afirmativa está incorreta pois as práticas católicas da época corroboravam o uso das práticas escravistas. O discurso da Igreja Católica caminhava ao lado do discurso do Estado, na medida em que existia o sistema de regalismo no Estado Português.
Gabarito do Professor: Letra C.