SóProvas


ID
5632777
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Telebras
Ano
2022
Provas
Disciplina
Não definido

   É importante saber o nome das coisas. Ou, pelo menos, saber comunicar o que você quer. Imagine-se entrando numa loja para comprar um... um... como é mesmo o nome?
    “Posso ajudá-lo, cavalheiro?”
    “Pode. Eu quero um daqueles, daqueles...”
    “Pois não?”
    “Um... como é mesmo o nome?”
    “Sim?”
    “Pomba! Um... um... Que cabeça a minha! A palavra me escapou por completo. É uma coisa simples, conhecidíssima.”
    “Sim, senhor.”
    “O senhor vai dar risada quando souber.”
    “Sim, senhor.”
    “Olha, é pontuda, certo?”
    “O quê, cavalheiro?”
   “Isso que eu quero. Tem uma ponta assim, entende? Depois vem assim, assim, faz uma volta, aí vem reto de novo, e na outra ponta tem uma espécie de encaixe, entende? Na ponta tem outra volta, só que esta é mais fechada. E tem um, um... Uma espécie de, como é que se diz? De sulco. Um sulco onde encaixa a outra ponta; a pontuda, de sorte que o, a, o negócio, entende, fica fechado. É isso. Uma coisa pontuda que fecha. Entende?”
    “Infelizmente, cavalheiro...”
    “Ora, você sabe do que eu estou falando.”
    “Estou me esforçando, mas...”
    “Escuta. Acho que não podia ser mais claro. Pontudo numa ponta, certo?”
    “Se o senhor diz, cavalheiro.”

Luís Fernando Veríssimo. Comunicação.

Acerca das ideias, dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.

No período ‘Posso ajudá-lo, cavalheiro?’ (segundo parágrafo), o personagem emprega uma forma pronominal de terceira pessoa para se dirigir diretamente ao seu interlocutor.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: certo

    Solicita-se julgamento da assertiva:

    "No período ‘Posso ajudá-lo, cavalheiro?’ (segundo parágrafo), o personagem emprega uma forma pronominal de terceira pessoa para se dirigir diretamente ao seu interlocutor."

    O personagem emprega o pronome oblíquo átono "o", de terceira pessoa do singular, para indicar que se dirige diretamente ao interlocutor, identificado pela forma vocativa posterior:

    "Posso ajudar o senhor, cavalheiro?"

    "Posso ajudar você, cavalheiro?"

    "Posso ajudá-lo, cavalheiro?"

    Deve-se perceber que, embora se esteja falando com o interlocutor, o que levaria ao uso da segunda pessoa do singular, o autor faz preferência pela forma "o" de terceira pessoa, o que não prejudica o entendimento do enunciado.

  • GAB.: CERTO

    DISPOSITIVO DA QUESTÃO

    No período ‘Posso ajudá-lo, cavalheiro?’ (segundo parágrafo), o personagem emprega uma forma pronominal de terceira pessoa para se dirigir diretamente ao seu interlocutor.

    A forma pronominal é realmente utilizada em terceira pessoa por meio do emprego de "lhe + o". O uso desse mesma partícula pronome é feito com o intuito de estabelecer uma relação com as demais personagens do texto, como bem é estabelecido pelo colega no comentário acima.

    Toda e qualquer observação é bem-vinda.

  • pensei que fizesse referência a segunda pessoa....

  • Meu Deus, eu jurava tbm que é segunda pessoa. :(