LETRA E.
A utilização da poupança externa, como forma de financiar o investimento, permite que os agentes aumentem a demanda por bens de investimento sem diminuir a demanda por bens de consumo. Sabemos que a oferta agregada é constituída pela oferta de B&S de empresas brasileiras mais as importações (M). Em contrapartida, a demanda agregada é formada pelos bens de consumo (C + G), bens de investimentos (I) e demanda externa (X). A título de exemplo, suponha-se que a oferta das empresas nacionais seja de R$ 1.000 e que sejam demandadas, em bens de consumo e de investimentos, R$ 800 (C + G) e R$ 200 (I), respectivamente. Suponha-se, ademais, que o Brasil queira investir R$ 300 (I). Isso implicaria que (C + G) teria de ser reduzido para RS 700.
Não obstante, se a economia se abrir ao setor externo e registrar um deficit em transações de B&S de R$ 100 (X - M = -R$100), a demanda por bens de consumo não precisará diminuir (C + G = R$ 800) para que a demanda por bens de investimentos aumente para R$ 300. O deficit em transações de B&S é, nesse exemplo, essencial para que o país aumente a demanda por bens de investimentos sem ter de reduzir a demanda por bens de consumo. Por isso, o deficit das transações correntes é chamado de poupança externa POSITIVA (ou aumento do passivo externo líquido). Na ausência desse financiamento externo, não seria possível elevar o investimento sem alterar o consumo.
Portanto, o superávit em conta-corrente no balanço de pagamentos significa que a poupança externa foi NEGATIVA.