SóProvas


ID
576595
Banca
NCE-UFRJ
Órgão
MPE-RJ
Ano
2007
Provas
Disciplina
Direito Penal

Acerca das teorias da culpabilidade, é INCORRETO afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • Teoria Psicológica da culpabilidade Teoria psicológica normativa da culpabilidade Teorianormativa pura da culpabilidade (extremada) TeoriaLimitada daCulpabilidade (ADOTADA PELO BRASIL) Tem base causalista (dolo e culpa na culpabilidade)
    A culpabilidade era o vinculo subjetivo entre a conduta e o resultado. Tem base Neocantista (dolo e culpa na culpabilidade).
    Culpabilidade é um juízo de reprovabilidade. Tem base finalista (dolo e culpa não mais na culpabilidade). Culpa e dolo (despido da consciência atual da ilicitude) migram para o fato típico. Tem base finalista A culpabilidade é formada de duas espécies:
    Dolo Culpa A culpabilidade não tem mais espécies. - - A culpabilidade tem um só elemento: a imputabilidade A culpabilidade passa ter elementos: imputabilidade, inexigibilidade de conduta diversa, culpa e dolo (consciência, vontade e consciência atual da ilicitude – é o dolo normativo – constituído de vontade, previsão e consciencia da ilicitude). A culpabilidade é formada pelos elementos: imputabilidade, exigibilidade de conduta diversa e potencialconsciência da ilicitude (antes era elemento do dolo). A culpabilidade é formada pelos elementos: imputabilidade, exigibilidadede conduta diversa e potencial consciência da ilicitude.
  • Complemento da matéria:

    A respeito das teorias da culpabilidade, julgue os itens que se seguem.
     
     
    59 Segundo a teoria psicológica da culpabilidade, o dolo e a culpa fazem parte da análise da culpabilidade, e a imputabilidade penal é pressuposto desta.
     
    Certo. Pela teoria psicológica da culpabilidade, “o conceito psicológico de culpabilidade é formado exclusivamente pelo dolo e pela culpa. Este conceito englobava também a idéia de imputabilidade, que era considerada um pressuposto necessário para que houvesse culpabilidade.” 
     
    60 A teoria psicológico-normativa da culpabilidade, ao enfatizar conteúdo normativo, e não somente o aspecto psicológico (dolo e culpa), leva em conta o juízo de reprovação social ou de censura a ser feito em relação ao fato típico e jurídico quando seu autor for considerado imputável.
     
    Certo. Com a teoria psicológico-normativa da culpabilidade, “a culpabilidade passa a ser analisada como reprovabilidade da conduta, e não mais como mero liame subjetivo entre autor e fato.” 
     
    61 Segundo a teoria normativa pura, a fim de tipificar uma conduta, ingressa-se na análise do dolo ou da culpa, que se encontram, pois, na tipicidade, e não, na culpabilidade. A culpabilidade, dessa forma, é um juízo de reprovação social, incidente sobre o fato típico e antijurídico e sobre seu autor.
     
    Certo. Com a teoria normativa pura da culpabilidade, houve um reposicionamento do dolo e da culpa, que passaram a integrar a tipicidade. “O dolo passa a ser livre de qualquer análise de reprovação, já que esta é matéria analisada posteriormente, na culpabilidade.” 
  •  "O dolo finalista é um dolo natural, livre da necessidade se se aferir a consciência sobre a ilicitude do fato para a sua configuração. (...) Da culpabilidade foram extraídos o dolo e a culpa, sendo transferidos para a conduta do agente, característica integrante do fato típico. O dolo, após a sua transferência, deixou de ser normativo, passando a ser um dolo tão somente natural. Na culpabilidade, contudo, permaneceu a potêncial consciência sobre a ilicitude do fato - extraída do dolo -, juntamente com a imputabilidade e a exigibilidade de conduta diversa.

    Assim, na culpabilidade permaneceram somente os seus elementos de natureza normativa, razão pela qual a teoria final é reconhecida como uma Teoria normativa pura.

    Fonte: Rogerio Greco, 13ª ed. pag. 381
  • INCORRETA LETRA C


    "Segundo a teoria normativa pura da culpabilidade, o dolo não é natural, vale dizer, compreende a consciência da ilicitude;"

    A alternativa esta totalmente errada. Primeiramente o dolo natural é sim adotado pela teoria normativa pura (de base finalista), integrando o fato típico e tendo como requisitos: a consciência e a vontade. Porém, ressalta-se que nesta teoria não existe elemento normativo: consciência da ilicitude, que será analisado na culpabilidade.

  • TEORIAS DA CULPABILIDADE

     
     
    TEORIA PSICOLÓGICA DA CULPABILIDADE
     
     
    TEORIA PSICOLÓGICA NORMATIVA
     
    TEORIA NORMATIVA PURA (OU EXTREMADA DA CULPABILIDADE)
     
    TEORIA LIMITADA DA CULPABILIDADE
     
     
    Base causalista
     
     
    Base neokantista
     
    Base finalista
     
    O dolo (composto de consciência e vontade – dolo natural) e a culpa migram para o fato típico. O elemento consciência da ilicitude fica dentro da culpabilidade.
     
    Base finalista
     
    *mesmo raciocínio utilizado para a teoria extremada da culpabilidade. Aqui estão os elementos de dolo e culpa.
    Espécies: 1.culpabilidade dolo;  2.culpabilidade culpa.  
    _______
     
     
    _______
     
     
    _______
     
     
     
     
     
    Elementos
    Somente a imputabilidade.
    Elementos
    1. Imputabilidade;
    2. Exigibilidade de conduta diversa
    3. Culpa ou
    4. Dolo (composto por consciência, vontade e consciência atual da ilicitude). Esta consciência é elemento normativo, configurando o dolo normativo.
    Elementos
    1. Imputabilidade;
    2. Exigibilidade de conduta diversa
    3. Potencial Consciência da Ilicitude
    Elementos
    1. Imputabilidade;
    2. Exigibilidade de conduta diversa
    3. Potencial Consciência da Ilicitude
     
    (idênticos aos elementos da teoria extremada da culpabilidade)
     
    Críticas
    o erro desta teoria foi reunir como espécies de culpabilidade dois fenômenos completamente diferentes – dolo (conduta de querer) e culpa (conduta de não querer).
     
    Críticas
    O Dolo e a Culpa não podem estar na culpabilidade, mas devem estar fora dela; devem se situar externamente para sofrerem a incidência do juízo de culpabilidade.
    Críticas
    Esta teoria se equivoca ao equiparar a descriminante putativa sobre situação fática (art. 20, §1º, CP) a uma espécie de erro de proibição (questão já enfrentada anteriormente).
    Divergência com a teoria extremada da culpabilidade
    Entende a teoria limitada que na descriminante putativa sobre a situação fática (art. 20, §1º, CP) há uma espécie de erro de tipo. É A TEORIA QUE PREVALECE.
    1. Dolo Natural - para se compreender o dolo natural deve-se ter em mente a teoria finalista, para a qual crime é fato típico, mais ilicitude e mais culpabilidade. Para a teoria finalista a culpabilidade é formada de imputabilidade, exigência de conduta diversa e potencial consciência da ilicitude. Nessa teoria o dolo migrou da culpabilidade para o fato típico. O dolo passou a ser composto apenas de consciência e de vontade, despido de elemento normativo. Esse dolo que é composto somente por elementos naturais é chamado de dolo natural. O elemento normativo do dolo passou a ser elemento da própria culpabilidade.
    Dolo natural: criado pela teoria finalista. Migra da culpabilidade para o fato típico, composto de consciência e vontade (despido de elemento normativo).

  • C - errada -
    Na culpabilidade permaneceram somente os seus elementos de natureza normativa (imputabilidade, potencial consciência sobre a ilicitude do fato e exigibilidade de conduta diversa), razão pela qual a teoria final é reconhecida como uma teoria normativa pura.
    O dolo finalista é um dolo natural, livre da necessidade de se aferir a consciência sobre a ilicitude do fato para a sua configuração.
  • GERAL DAS TEORIAS DO DELITO (QUANTO À CULPABILIDADE)
    _________________________________________________________________________________
    1 - TEORIA PSICOLÓGICA DA CULPABILIDADE
    Teoria causalista da ação

    Culpabilidade:
    a) Elemento psicológico: Dolo e Culpa
    O dolo neste caso é normativo
    Dolo normativo = Consciência e vontade (que foi chamado mais tarde de "dolo natural") + 
    ATUAL consciência sobre a ilicitude do fato


    __________________________________________________________________________________
    2 - TEORIA PSICOLÓGICO-NORMATIVA DA CULPABILIDADE
    Também teoria causalista da ação
    Adição de elementos normativos à culpabilidade

    Culpabilidade:
    a) Elemento psicológico: Dolo e Culpa

    b) Elementos normativos: Imputabilidade + Exibilidade de conduta diversa
    O dolo neste caso também é normativo
    __________________________________________________________________________________
    3 - TEORIA NORMATIVA PURA DA CULPABILIDADE
    Teoria finalista da ação
    A Culpabilidade possui apenas elementos normativos

    Culpabilidade:
    a) Elementos normativos: Imputabilidade Exigibilidade de conduta diversa + POTENCIAL consciência da ilicitude do fato


    O dolo foi desmembrado:
    i) O elemento psicológico (Dolo e culpa) foi transferido para o Fato Típico, e o dolo passou a ser NATURAL
    ii) Consciência sobre a ilicitude do fato permaneceu na Culpabilidade, mas como elemento autônomo, e passou a ser POTENCIAL


    __________________________________________________________________________________

    Voltemos para a questão:

    Acerca das teorias da culpabilidade, é INCORRETO afirmar que: 

    • a) para a teoria finalista da ação, dolo e culpa migram da culpabilidade para o fato típico; (CERTO)
    • b) para os defensores do conceito complexo da culpabilidade, conquanto integrem o fato típico, dolo e culpa devem também operar como fator de reprovação no âmbito da culpabilidade; (CERTO)
    • c) segundo a teoria normativa pura da culpabilidade, o dolo não é natural, vale dizer, compreende a consciência da ilicitude; (ERRADO) - Para a teoria normativa pura, o dolo é natural e não compreende a consciência da ilicitude, que permaneceu na culpabilidade como elemento autônomo e passou POTENCIAL, ao invés de atual.
    • d) para a teoria psicológica, dolo e culpa são espécies de culpabilidade, esgotando, em si, seu conteúdo; (CERTO)
    • e) para a teoria psicológico-normativa, dolo e culpa, conquanto mantidos na culpabilidade, consubstanciam, desta última, formas, graus, requisitos ou elementos, não suas espécies. (CERTO)
  • Acerca das teorias da culpabilidade, é INCORRETO afirmar que: 

     

     a) para a teoria finalista da ação, dolo e culpa migram da culpabilidade para o fato típico; CORRETO, temos o FT: conduta= dolo e culpa + ilicitude + culpablidade= imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa.

     

     b) para os defensores do conceito complexo da culpabilidade, conquanto integrem o fato típico, dolo e culpa devem também operar como fator de reprovação no âmbito da culpabilidade; CORRETO. Tal como a teoria normativa pura, o conceito complexo de culpabilidade também a concebe como juízo de reprovabilidade. Todavia, o dolo e a culpa, aqui igualmente deslocados para o tipo penal, contribuem para medir o "grau da culpabilidade".

     

     c) segundo a teoria normativa pura da culpabilidade, o dolo não é natural, vale dizer, compreende a consciência da ilicitude; INCORRETO (GABARITO) A teoria normativa pura o dolo é natural= vontade + consciência de praticar a conduta

     

     d) para a teoria psicológica, dolo e culpa são espécies de culpabilidade, esgotando, em si, seu conteúdo; CORRETO. A teoria psicológica da culpbalidade é trazer o dolo e culpa para a culpabilidade -  Teoria Clássica/ Mecanicista.

     

     e) para a teoria psicológico-normativa, dolo e culpa, conquanto mantidos na culpabilidade, consubstanciam, desta última, formas, graus, requisitos ou elementos, não suas espécies. 

  • Letra c.

    Na teoria normativa pura do finalismo, o dolo e a culpa não fazem parte da culpabilidade, foram deslocados para a conduta, que integra o fato típico. O dolo é natural, composto de vontade e representação do resultado. A culpabilidade é formada no finalismo, com base na teoria normativa pura, pelos seguintes elementos: imputabilidade; potencial consciência da ilicitude; exigibilidade de conduta diversa.

  • Sobre a letra c)

    Na teoria extremada ou normativa pura o dolo deixa de ser Normativo e passa a ser Natural.

    Em outras palavras, dolo e culpa saem da culpabilidade.