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ID
596020
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
TJ-ES
Ano
2011
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

Acerca dos acidentes com animais peçonhentos, julgue os itens a
seguir.

Apesar de não haver protocolo específico, em geral não se usa gelo, heparina e torniquetes, apenas soro diluído em solução salina normal (500 mL a 1.000 mL) com infusão lenta e corticosteroides.

Alternativas
Comentários
  • DIAGNÓSTICO CLÍNICO

    ACIDENTE BOTRÓPICO: o veneno botrópico tem ação proteolítica, coagulante e hemorrágica e os acidentes podem ser classificados em:

    • ACIDENTES LEVES: edema discreto (peri-picada) ou ausente e manifestações hemorrágicas leves ou ausentes. TC normal ou alterado.
    • ACIDENTES MODERADOS: edema evidente e manifestações hemorrágicas discretas à distância (gengivorragia, epistaxe). TC normal ou alterado.
    • ACIDENTES GRAVES: edema intenso ou muito extenso e manifestações sistêmicas como hemorragia franca, choque ou anúria. TC normal ou alterado.

    Os acidentes botrópicos são os mais freqüentes em todo o Brasil (80 a 90%) e em 40% das vezes levam a complicações no local da picada.

    ACIDENTE LAQUÉTICO: o veneno laquético tem ação proteolítica, coagulante, hemorrágica e neurológica (vagal) e os acidentes (pequeno número de acidentes realmente documentados) podem ser classificados em:

    • ACIDENTES LEVES: edema discreto (peri-picada) ou ausente e manifestações hemorrágicas leves ou ausentes. Ausência de manifestações vagais. TC normal ou alterado.
    • ACIDENTES MODERADOS: edema evidente e manifestações hemorrágicas discretas à distância (gengivorragia, epistaxe). Ausência de manifestações vagais. TC normal ou alterado.
    • ACIDENTES GRAVES: edema intenso e manifestações sistêmicas como hemorragia franca. Presença de manifestações vagais (diarréia, bradicardia, hipotensão ou choque). TC normal ou alterado.

    ACIDENTE ELAPÍDICO: todo acidente causado pelo gênero Micrurus (coral verdadeira) é considerado potencialmente grave (acidente elapídico). As manifestações clínicas suspeitas são: dor local discreta, algumas vezes com parestesia, vômitos, fraqueza muscular, ptose palpebral, oftalmoplegia, face miastênica, dificuldade para manter a posição ereta, mialgia localizada ou generalizada, disfagia e insuficiência respiratória aguda. Se o paciente não trouxe o animal, mas refere ter sido mordido por serpente com anéis coloridos, mesmo estando assintomático deverá permanecer em observação por, no mínimo, 24 horas, pois os sintomas podem surgir tardiamente. 

    • Utilização de compressas mornas no local e analgésicos. Pode ser utilizado Diazepan, Gluconato de Cálcio e Prometazina. Quando a dor é muito intensa, pode-se usar Meperidina ou Morfina. O tempo de permanência hospitalar, para doentes não submetidos a soroterapia deve ser no mínimo de 24 horas.  
    • Cuidados locais rotineiros (assepsia), profilaxia antitetânica, observação da evolução do quadro (principalmente em crianças). Observação cuidadosa da evolução do caso.
    • Drenagem postural do segmento picado, hidratação, antibioticoterapia quando evidências de infecção.
    • Nos acidentes causados por enxame, a retirada dos ferrões da pele deverá ser feita por raspagem com lâmina e não pelo pinçamento de cada um deles, pois a compressão poderá espremer a glândula ligada ao ferrão e inocular no paciente o veneno ainda existente.