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ID
60856
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
STF
Ano
2008
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

Uma mulher com 59 anos de idade procurou o serviço
de pronto-atendimento de um hospital com queixas de desmaio
e mal-estar. Relatou que há cinco dias procurou atendimento
médico, em outro hospital, após ter apresentado um episódio de
perda de consciência, com duração de 5 minutos, seguido de
desorientação. Naquela data, foi diagnosticada infecção no trato
urinário por E. coli e iniciado tratamento com ciprofloxacino. No
atendimento em apreço, referiu episódio semelhante ao anterior
de perda de consciência, associado a dor em região precordial
com irradiação para o dorso e dispnéia. Foi mantida em
observação no pronto-socorro e foram solicitados exames
laboratoriais, eletrocardiograma e radiografia do tórax. A
paciente tem antecedentes de cardiopatia chagásica, nas formas
dilatada e arritmogênica, faz uso de medicamentos diuréticos e
vasodilatadores, além de marcapasso cardíaco definitivo há
7 anos, devido a taquicardia ventricular sustentada não-revertida
após ablação cardíaca. O exame físico realizado na admissão do
pronto-socorro mostrou paciente consciente, orientada, com ritmo
cardíaco regular e sem turgência jugular. No aparelho respiratório
identificou-se inspeção pulmonar estática e expansão pulmonar
sem anormalidades, murmúrio vesicular fisiológico em toda
extensão do tórax e presença de crepitações em bases
pulmonares. O abdome da paciente é semigloboso, normotenso,
indolor, sem visceromegalias e com ruídos hidroaéreos
normoativos. As extremidades, mal perfundidas, não apresentam
edemas. A pressão arterial era de 70 mmHg × 50 mmHg, a
freqüência cardíaca, de 80 batimentos por minuto e a freqüência
respiratória, de 30 movimentos respiratórios por minuto. Foi
instalado acesso venoso central em veia subclávia para medida de
pressão venosa central (PVC), que revelou 9 cm de H2O, não
havendo sinais radiológicos de intercorrência pós-punção. Após
um dia de internação no pronto-socorro, a paciente mantinha-se
consciente, orientada e hipotensa. Em radiografia de tórax, foi
observado imagem de derrame pleural à esquerda, extenso, sendo
drenado 1.500 mL de transudato citrino. Permaneceu no box de
emergência quando iniciou quadro de dispnéia, sudorese, palidez
cutânea, vômitos e hipotensão arterial (70 mmHg × 40 mmHg).
Foi transferida para uma unidade de terapia intensiva (UTI).
Iniciadas a hidratação venosa, a administração de aminas
vasoativas (dobutamina a 15 mL/h e noradrenalina a 20 mL/h) e
a oxigenoterapia por cateter nasal a 2 L/min, evoluiu com piora
geral do quadro, instabilidade hemodinâmica, dificuldades
respiratórias e relato de parada de eliminação de flato e fezes. Foi
necessária entubação e manutenção sob ventilação mecânica na
modalidade controlada a volume. Foram realizadas sondagem
nasogástrica e cateterismo vesical. A paciente seguiu com quadro
grave, inconsciente, com ventilação mecânica, fração inspirada de
oxigênio (FiO2) de 50%, pressão arterial variando entre 45 mmHg
× 25 mmHg e 93 mmHg × 35 mmHg, PVC entre 17 cm e 23 cm
(de H2O) e diurese de 10 mL/h. Passou a apresentar temperaturas
elevadas (acima de 38,8 ºC). Foi realizada drenagem de tórax à
esquerda, com dreno em selo de água (dreno com secreção serohemática).
Com relação a este caso clínico hipotético, julgue os itens
seguintes.

A dobutamina pode ser diluída em solução fisiológica ou glicosada isotônicas, conforme prescrição médica, e deve ser conectada a um controlador intravenoso ou uma bomba de infusão que permita o fornecimento seguro e exato da medicação a 5 gotas por minuto, considerando, para cálculo, o fator de gotejamento do equipo igual a 20.

Alternativas
Comentários
  • dobutamina a 15ml/h, então:
    1) em 1h temos 15 ml de dobutamina;
    2) 1h tem 60min; 
    3) 1ml = 20gotas
    4) volume------------gotas
         1ml--------20 gotas
          15ml-------g                       = 1xg=20x15   => g=300gotas em 1h

    5)tempo             gotas
         60min-----------300gotas
          1min------------g                 = 60xg=300x1   => g= 5gotas /min
       
  • A dobutamina é indicada para pacientes com estados de hipoperfusão nos quais o débito cardíaco é insuficiente para suportar as demandas circulatórias; quando a pressão de enchimento ventricular anormalmente aumentada pode levar a um risco de congestão pulmonar e edema; para aumentar a contratilidade cardíaca. A dobutamina pode levar a diversos efeitos colaterais, sendo os principais dele a taquicardia e a hipertensão, normalmente, um aumento da pressão sistólica de 10 a 20mmHg e um aumento da frequência cardíaca de 5 a 15 batimentos/minuto. A dopamina pode ser diluída em diversos soros: glicose 5%; cloreto de Sódio 0,9%; glicose 5% em cloreto de Sódio 0,45%; glicose 5% em cloreto de Sódio 0,9%; glicose 10% ou ringer lactato. Ou seja, a questão colocou que pode ser diluída em solução glicosada a 5% ou solução fisiológica a 0,9%, mas pode ser administrado em outros diluentes como o ringer lactato e soro glicofisiológico. Para calcular o gotejamento, sabemos que será infundido em 15ml/h ou seja 15ml a cada 1 hora, logo é só jogar na fórmula para saber o gotejamento. g = V g = 15 g= 5gt/min 3(t) 3(1) Porém, o fator de gotejamento de um equipo varia de acordo se é microgotas ou macrogotas, sendo que esse último varia de acordo com o fabricante. Resposta ERRADO Bibliografia Potter PA, Perry AG. Fundamentos de enfermagem. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. Cintra EA, Nishide VM, Nune WA. Cuidado de Enfermagem ao Paciente Gravemente Enfermo. Ed Atheneu. 2º edição, 2001. http://www.bulas.med.br