Vetores
São insetos da subfamília Triatominae (Hemiptera, Reduviidae), conhecidos popularmente como barbeiro, chupão, procotó ou bicudo. Tanto os machos quanto as fêmeas, em todas as fases de seu desenvolvimento, são hematófagos. A oviposição ocorre entre 10 e 30 dias após a cópula e o número de ovos varia de
acordo com a espécie e, principalmente, em função do estado nutricional da fêmea. Uma fêmea fecundada
e alimentada pode realizar posturas por todo o seu período de vida adulta. Não há transmissão vertical do
T. cruzi no vetor.
A associação dos vetores a diversos habitat é dinâmica, ou seja, uma espécie hoje considerada exclusivamente silvestre pode se tornar domiciliada se as condições em que vive forem alteradas.
Com a interrupção da transmissão vetorial por Triatoma infestans no país, quatro outras espécies
de triatomíneos têm especial importância na transmissão da doença ao homem: Triatoma brasiliensis,
Panstrongylus megistus, Triatoma pseudomaculata e Triatoma sordida.
Outras espécies, por sua distribuição regional, são: Triatoma rubrovaria (Rio Grande do Sul), e
Rhodnius neglectus (Goiás), Triatoma vitticeps (Rio de Janeiro e Espírito Santo), Panstrongylus lutzi (Ceará e
Pernambuco), Rhodnius nasutus (Ceará e Rio Grande do Norte). As espécies do gênero Rhodnius encontram-se predominantemente associadas a palmeiras, enquanto as espécies do gênero Triatoma e Panstrongylus vivem preferencialmente em associação com hospedeiros terrestres.
A maioria dos triatomíneos deposita seus ovos livremente no ambiente, entretanto, alguns possuem
substâncias adesivas que fazem com que os ovos fiquem aderidos ao substrato. Essa é uma característica
muito importante, uma vez que ovos aderidos às penas de aves e outros substratos podem ser transportados passivamente por longas distâncias, promovendo a dispersão da espécie. A introdução no domicílio de
materiais com ovos aderidos (como folhas de palmeiras para cobertura de casas e lenha) pode favorecer o
processo de colonização.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_3ed.pdf