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ID
725959
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
STJ
Ano
2012
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

Um paciente de setenta e três anos de idade, com
antecedente de hipertensão arterial, compareceu ao ambulatório
queixando-se de sintomas compatíveis com dispneia. O paciente
referiu que os sintomas apareceram havia dois meses,
primeiramente associados a esforços maiores que os habituais e,
havia um mês, a médios e pequenos esforços. Dois dias antes da
consulta, segundo o paciente, ele acordou, no meio da noite, com
intensa falta de ar, sintoma que desapareceu após ele permanecer
sentado por trinta minutos. O exame físico mostrou que as
extremidades do paciente estavam quentes e ele se apresentava
normocorado. Sua FC era de 108 bpm e sua PA, de
130 mmHg × 70 mmHg. Observaram-se, ainda, turgência jugular a
30º, ictus cordis propulsivo, localizado no 6.º espaço intercostal
esquerdo, na linha axilar anterior esquerda, e ritmo cardíaco em
galope, à custa de 3.ª bulha (B3) e sem sopros. A ausculta pulmonar
mostrou normalidade. Além disso, foram constatados refluxo
hepatojugular e edema perimaleolar bilateral. O ecocardiograma
realizado no paciente mostrou fração de ejeção igual a 32%.

Considerando o caso clínico acima descrito, julgue os itens de 05 a 09.

De acordo com as recentes diretrizes de conduta médica adotadas no Brasil, a estratificação clínica desse paciente permite categorizá-lo no estágio D.

Alternativas
Comentários
  • (Fonte Diretrizes Brasileiras de Insuf Cardíaca 2009)

    A estratificação de pacientes com IC é medida simples,
    baseada em dados de história, e que permite ao profissional
    de saúde avaliar o momento evolutivo da doença em que o
    paciente se encontra, avaliar qualidade de vida e prognóstico
    e estabelecer prioridades e linhas terapêuticas. Esta forma de
    categorização permite uma compreensão evolutiva da doença
    e, ainda, serve de base para a identificação de pacientes com
    indicação de intervenções predominantemente preventivas
    (estágios A e B), terapêuticas (estágios C) ou seleção de
    pacientes para procedimentos especializados e cuidados
    paliativos

    Estágio A - Inclui pacientes sob risco de desenvolver
    insuficiência cardíaca, mas ainda sem doença estrutural
    perceptível e sem sintomas atribuíveis à insuficiência cardíaca.
    Estágio B - Pacientes que adquiriram lesão estrutural
    cardíaca, mas ainda sem sintomas atribuíveis à insuficiência
    cardíaca.
    Estágio C - Pacientes com lesão estrutural cardíaca e
    sintomas atuais ou pregressos de insuficiência cardíaca.
    Estágio D - Pacientes com sintomas refratários ao tratamento


  • Classificação da insuficiência cardíaca baseada em sintomas

    A IC crônica tem sido classicamente categorizada com base na intensidade de sintomas em 4 classes propostas pelaNew York Heart Association (tabela 5). Estas classes estratificam o grau de limitação imposto pela doença para atividades cotidianas do indivíduo; vale dizer, portanto, que esta classificação além de possuir caráter funcional, é também uma maneira de avaliar a qualidade de vida do paciente frente a sua doença. As quatro classes propostas são:

    Classe I -ausência de sintomas (dispnéia) durante atividades cotidianas. A limitação para esforços é semelhante à esperada em indivíduos normais;

    Classe II -sintomas desencadeados por atividades cotidianas;

    Classe III -sintomas desencadeados em atividades menos intensas que as cotidianas ou pequenos esforços;

    Classe IV -sintomas em repouso.