Autor: Victória Sabatine , Mestre em Serviço Social (UFJF), Doutoranda em Serviço Social pela UFRJ, Assistente Social e Professora de Serviço Social
Para a teoria social crítica, a questão social e o modo de acumulação capitalista estão intrinsecamente ligados. A questão social tem sua vigência no modo de acumulação capitalista, oriunda do fenômeno da pauperização em massa devido ao processo de industrialização iniciado na Inglaterra no final do século XXVIII. O pauperismo da massa de trabalhadores naquele período era a consequência mais imediata do capitalismo industrial-concorrencial que vinha tentando se estabelecer. Era inédito como a pobreza aumentava diretamente proporcional à capacidade de produzir riquezas. Desse modo, o pauperismo passa a ser reconhecido enquanto "questão social" devido ao ingresso da classe trabalhadora no cenário político e seus desdobramentos sociais, que vêm ameaçar a constituição da sociedade burguesa, a qual passa a intervir nas expressões da questão social visando a manutenção da ordem social implantada. Portanto, a assertiva está incorreta pois apesar da questão social ser inerente a sociabilidade capitalista, não é exclusiva dele e é reconhecida enquanto tal desde os séculos XVIII e XIX, conforme José Paulo Netto (Cinco notas a propósito da questão social. In: Capitalismo Monopolista e Serviço Social. 5ª edição. São Paulo: Cortez, 2006). Ademais, vale ressaltar que a assertiva se refere à crise da década de 1970 e do esgotamento da vigência do processo produtivo taylorismo/fordismo iniciado por volta dos anos de 1940 nos países centrais quando diz: "esgotamento dos trinta anos gloriosos da expansão capitalista".
RESPOSTA: ERRADO