Consciência sanitária é um conceito estratégico utilizado
por Berlinguer, principal autor da Reforma Sanitária italiana e que foi uma das
referências para os formuladores do projeto de Reforma Sanitária no Brasil.
Consiste na articulação de diferentes níveis, possibilitados pela concomitância
do corpo biológico com o corpo socialmente investido, o corpo produtivo.
Segundo Sônia Fleury, “a articulação se daria entre a experiência singular
do sofrimento, a vivência das necessidades vitais, e a dimensão pública do
indivíduo enquanto cidadão, portanto, portador de um conjunto de direitos e
deveres diante do Estado, e sua inserção na luta entre dominados e dominadores,
aos quais remetem tanto as carências vitais quanto a negação dos direitos
sociais” (FLEURY, 1997, p. 27).
http://www.cfess.org.br/arquivos/Parametros_para_a_Atuacao_de_Assistentes_Sociais_na_Saude.pdf
As ações socioeducativas e/ou educação em saúde não devem pautar-se pelo
fornecimento de informações e/ou esclarecimentos que levem a simples adesão do usuário,
reforçando a perspectiva de subalternização e controle dos mesmos. Devem ter como
intencionalidade a dimensão da libertação na construção de uma nova cultura e enfatizar a
participação dos usuários no conhecimento crítico da sua realidade e potencializar os sujeitos
para a construção de estratégias coletivas. Desta forma, tem-se por objetivo a consciência
sanitária, conceito fundamental da Reforma Sanitária. Para Berlinguer (1978, p. 5), consciência
sanitária é concebida como a tomada de consciência de que a saúde é um direito da pessoa e um direito da comunidade.
Fonte: http://www.cfess.org.br/arquivos/Parametros_para_Assistentes_Sociais_na_Saude_-_versao_preliminar.pdf