A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM) é uma ferrovia no atual estado
de Rondônia, no Brasil.
Foi a 15ª ferrovia a ser construída no país, tendo as suas obras sido
executadas entre 1907 e 1912. Estende-se por 366 quilômetros na Amazônia,
ligando Porto Velho a Guajará-Mirim, cidades fundadas pela EFMM.
Após duas tentativas fracassadas para a sua construção no século XIX,
espalhou-se o mito de que, mesmo com todo o dinheiro do mundo e metade de sua
população trabalhando nas suas obras, seria impossível construí-la. O
empreendedor estadunidense Percival Farquhar aceitou o desafio e teria afirmado
"(...) vai ser o meu cartão de visitas".
Foi a primeira grande obra de engenharia civil estadunidense fora dos
EUA após o início das obras então ainda em progresso no Canal do Panamá. Com
base naquela experiência, para amenizar as doenças tropicais que atingiram
parte dos mais de 20 mil trabalhadores de 50 diferentes nacionalidades,
Farquhar contratou o sanitarista brasileiro Oswaldo Cruz, que visitou o
canteiro de obras e saneou a região.
Durante a 2ª Guerra Mundial, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré voltou a
ter grande valor estratégico para o Brasil, operando plenamente para suprir o
transporte de borracha, utilizada no esforço de guerra aliado. Em 1957, quando
ainda registrava um intenso tráfego de passageiros e cargas, a ferrovia
integrava as dezoito empresas constituintes da Rede Ferroviária Federal.
Em 25 de maio de 1966, depois de
54 anos de atividades, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré teve sua desativação
determinada pelo então Presidente da República Humberto de Alencar Castelo
Branco. A ferrovia deveria ser, porém, substituída por uma rodovia, a fim
de que não se configurasse rompimento e descumprimento do Acordo celebrado em
Petrópolis, em 1903. Tal rodovia materializou-se nas atuais BR-425 e BR-364,
que ligam Porto Velho a Guajará-Mirim. Duas de suas pontes metélicas ainda
servem ao tráfego de veículos. Em 10 de julho de 1972 as máquinas apitaram pela
última vez. A partir daí, o abandono foi total e, em 1979, o acervo começou a
ser vendido como sucata para a siderúrgica de Mogi das Cruzes, em São Paulo.
Voltou a operar em 1981 num
trecho de apenas 7 quilômetros dos 366 km do percurso original, apenas para fins turísticos, sendo
novamente paralisada por completo em 2000.