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ID
83050
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
TRE-BA
Ano
2010
Provas
Disciplina
Administração Pública
Assuntos

Em um município, o seu gestor público, depois de
dois anos de governo, firmou alianças entre esferas de poder de
elites políticas locais, de modo a garantir recursos necessários para
a realização de determinados projetos urbanos.

Com base nessa situação hipotética, julgue os itens a seguir, acerca
do empreendedorismo governamental, das novas lideranças no setor
público e de gestão estratégica.

Se o referido gestor público foi capaz de atrair o poder político local para atuar conjunta e permanentemente com vistas à realização de determinados projetos urbanos, então ele apresentou capacidade de empreendedorismo governamental.

Alternativas
Comentários
  • O empreendedorismo do governo é a adoção de novas formas de utilizar recursos, de modo a maximizar a produtividade e a eficiência, buscando sistemas participativos descentralizados, com base na mobilização de setores da comunidade. O governo empreendedor caracteriza-se por decidir e não em executar(catalisador), gerar a participação da população em comunidades locais, criar competição nos serviços públicos, pela definição de serviços exclusivos e não-exclusivos do Estado, orientar-se por missões, por resultados, com sistemas de avaliação, para os clientes e pelo empreendedorismo, buscando receitas e oportunidades.
  • Mas a ação do gestor foi de associar-se às elites políticas locais. Não feriria o princípio da Impessoalidade?

  • Vanessa. Respondendo a sua questão, de forma alguma se fere o dito princípio. A associação com a elite política é necessária em qualquer governo/ente público. Sem isso não há possibilidade de governabilidade. Tal associação denota a atração dos que representam o povo dentro da esfera política. Não quer dizer privilegiar grupos restritos ou interesses escusos ao benefício público e coletivo.
  • Achava que o empreendedorismo governamental valorizava a governança em detrimento da governabilidade. 

  • O termo empreender deriva do verbo francês entreprendre, que significa iniciar ou realizar algum empreendimento. O empreendedor é aquele capaz de alterar os recursos econômicos de uma área de baixa produtividade, transformando-a em uma área de produtividade e lucratividade elevadas. É capaz de atuar como o catalisador do desenvolvimento econômico.

    Joseph Schumpeter alinha o termo empreendedorismo à inovação. O empreendedor pode ser compreendido como um agente de desenvolvimento econômico ou como alguém que cria novas combinações de produção por meio do processo de destruição criativa.

    Nesse sentido o empreendedorismo público é o processo de introdução de inovação nas organizações do setor público. É a geração de ideias inovadoras e sua consequente implementação na esfera pública. Os empreendedores públicos usam recursos disponíveis e constroem novas maneiras para maximização da produtividade e efetividade organizacional. Criam valor para os cidadãos ao reunir uma combinação de recursos públicos para explorar oportunidades sociais.

    Dessa forma, o empreendedorismo público implica em um papel inovador e proativo do governo na condução da sociedade para melhoria da qualidade de vida, com a inclusão de geração de receitas alternativas, melhoria de processos internos e desenvolvimento de soluções inovadoras para satisfazer as necessidades sociais e econômicas exatamente com propôs o enunciado da questão.

    GABARITO DO PROFESSOR: CERTO
  • Características de ''Governo catalisador'' e ''Governo que pertence à comunidade''. 

    Conforme elucida Mello (2006), a reforma gerencial observada no Brasil a partir da década de 1990 passa, a partir de 2000, a receber o denominação Gestão Empreendedora.


    MANDAMENTOS DA GESTÃO EMPREENDEDORA 

    1- GOVERNO CATALIZADOR: 
    O governo não deve assumir, sozinho, a competência para a implementação de políticas públicas, mas sim harmonizar a ação de diferentes agentes sociais na solução de problemas coletivos. Assim, o governo passa a coordenar uma série de esforços, e não mais se mostra restrito à simples execução. 

    2- GOVERNO QUE PERTENCE À COMUNIDADE: 
    Deve-se transmitir responsabilidade aos cidadãos, ao invés de simplesmente servi-los. As comunidades, uma vez estando mais próximas aos problemas, devem atuar proativamente na tomada de decisões. 

    3- GOVERNO COMPETITIVO: 
    A competição (entre órgãos públicos, e entre entidades públicas e privadas) deve ser fomentada, como maneira de promover a qualidade na prestação dos serviços públicos. 

    4- GOVERNO ORIENTADO PARA MISSÕES: 
    O governo (e seus órgãos) deve ser orientado conforme sua missão, e não se ater obsessivamente à normas e regras formais. 

    5- GOVERNO DE RESULTADO: 
    A atuação governamental deve ser norteada por seus objetivos estratégicos. Deve-se minimizar o excesso de controle em recursos (inputs) e pautar-se pelos resultados almejados (outputs). 

    6- GOVERNO ORIENTADO AO CLIENTE: 
    O governo deve valorizar os cidadãos como seus clientes, abandonando as práticas da burocracia disfuncional, e passando a adotar técnicas e ferramentas de qualidade, bem como promovendo a transparência na gestão (accountability). 

    7- GOVERNO EMPREENDEDOR: 
    O governo deve criar novas maneiras de ampliar seus ganhos financeiros e vincular sua dotação orçamentária a resultados almejados perante a sociedade, bem como ampliar o leque de serviços públicos remunerados. 

    8- GOVERNO PREVENTIVO: 
    Deve-se evitar a simples postura reativa, passando-se a planejar estrategicamente, como forma de prevenção e preparo perante cenários futuros. 

    9- GOVERNO DESCENTRALIZADO: 
    A descentralização deve ser vista como uma forma não só de responder mais rapidamente às demandas sociais, mas também de promover maior motivação aos funcionários públicos e capacidade de inovação. 
    ATENÇÃO: logicamente, a descentralização e a maior autonomia conferida aos órgão e aos servidores públicos demandam maior responsabilização e controle. 

    10- GOVERNO ORIENTADO PARA O MERCADO: 
    O governo deve ingressar na lógica competitiva do mercado, atuando não só como agente regulador, mas também conduzindo atividades econômicas, adotando princípios de gestão de negócios e investindo recursos em aplicações de risco. 

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    fonte: Administração Geral e Pública para concursos (Renato Fenili)

  • (Comentário do Professor, para quem não for assinante!)

     

    O termo empreender deriva do verbo francês entreprendre, que significa iniciar ou realizar algum empreendimento. O empreendedor é aquele capaz de alterar os recursos econômicos de uma área de baixa produtividade, transformando-a em uma área de produtividade e lucratividade elevadas. É capaz de atuar como o catalisador do desenvolvimento econômico.

     

    Joseph Schumpeter alinha o termo empreendedorismo à inovação. O empreendedor pode ser compreendido como um agente de desenvolvimento econômico ou como alguém que cria novas combinações de produção por meio do processo de destruição criativa.

     

    Nesse sentido o empreendedorismo público é o processo de introdução de inovação nas organizações do setor público. É a geração de ideias inovadoras e sua consequente implementação na esfera pública. Os empreendedores públicos usam recursos disponíveis e constroem novas maneiras para maximização da produtividade e efetividade organizacional. Criam valor para os cidadãos ao reunir uma combinação de recursos públicos para explorar oportunidades sociais.

     

    Dessa forma, o empreendedorismo público implica em um papel inovador e proativo do governo na condução da sociedade para melhoria da qualidade de vida, com a inclusão de geração de receitas alternativas, melhoria de processos internos e desenvolvimento de soluções inovadoras para satisfazer as necessidades sociais e econômicas exatamente com propôs o enunciado da questão.

     

    GABARITO DO PROFESSOR: CERTO

  • “A VISÃO EMPREENDEDORA considera, como condição para sua eficácia, que os gestores públicos se guiem pela missão, visão, crenças, valores e objetivos globais e sistêmicos da organização, orientados proativamente para a CRIAÇÃO DE VALOR PARA A SOCIEDADE.

    (...)

    O GESTOR PÚBLICO É ACIMA DE TUDO UM SERVIDOR e sua MISSÃO é GARANTIR A FUNCIONALIDADE DA ESTRUTURA ADMINISTRATIVA, alinhando-a verticalmente e horizontalmente, através de uma ação coordenada das diversas atividades e processos, para que os direitos das pessoas sejam assegurados e os deveres dos cidadãos sejam cumpridos”.

    .....

    MOREIRA, Elisabete de Abreu e Lima. Administração geral e pública. Salvador: Juspodivm, 2018, p. 103.

  • CERTO