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ID
83692
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Cinco paradigmas históricos foram identificados na História
da Política Exterior do Brasil, de Amado Cervo e Clodoaldo Bueno,
correspondendo cada um deles a uma periodização, com a qual se
procurou inserir a con ju ntura nas estruturas históricas e articular
micro- e macro-história para se obter uma interpretação categorial e
sistemática da evolução da política exterior do Brasil nos últimos dois
séculos. Assim foram apresentados por Cervo e Bueno: a) o das
concessões sem barganha da época da independência
(1808-1828), pelo qual se sacrificou o interesse nacional sob
múltiplos aspectos, com efeitos nefastos sobre a formação nacional
até meados da década de 40 do século XIX; b) o da leitura
complexa do interesse nacional, aliado à determinação de preservar
o exercício soberano da vont ade nacional (1844-1889); c) a
diplomacia da agroexportação e dos grandes alinhamentos com que
a República, que subordinaria o serviço da diplomacia aos interesses
do segmento interno socialmente hegemônico, particularmente
plantadores e exportadores de café (1889-1930); d) o modelo de
política exterior do nacional-desenvolvimentismo que acoplou,
finalmente, a face extern a da política às demandas do moderno
desenvolvimento, dos anos 30 à década de 80 do século XX;
e) a dança dos três paradigmas disponíveis simultaneamente, no
tempo mais recente da política externa do Brasil (os anos 90 e o
início do novo século): o da sobrevivência limitada do nacionaldesenvolvimentismo,
o da expansão do liberalismo desenfreado e do
Estado logístico, que equilibra os dois anteriores.

José Flávio Sombra Saraiva. Um percurso acadêmico modelar: Amado Luiz
Cervo e a afirmação da historiografia das relações internacionais no Brasil.
Apud: Estevão Chaves de Rezende Martins (Org.). Relações internacionais:
visões do Brasil e da América Latina. Br asília: IBRI, 2003, p. 27 (com
a d a p t a ç õ e s ) .

Tend o o texto acima como referência inicial, julgue os itens
subseqü en t es , relativos à política internacional e à inserção
histórica do Brasil no cenário mundial.

O apoio ostensivo da potência h eg emônica de então, a Inglaterra, interessada na crescente abertura de an t igos mercados monopolizados pelas metrópoles, explica a relativa facilidade com que o ato de independência do Brasil foi reco n h ecido pela comunidade internacio n al , s em a necessidade de barganhas, como informa o texto.

Alternativas
Comentários
  • O que tem de errado nesta questão??? Please...
  • Na minha opinião, o que está errado é em dizer que o reconhecimento foi fácil e sem barganhas, o que não é verdade, o Brasil teve que negociar, esperar e até mesmo pagar para ter seu reconhecimento de Portugal. Veja abaixo. 

    Dom Pedro I enviou diplomatas às principais nações do mundo, o primeiro país a reconhecer a emancipação de nosso país foram os EUA, em maio de 1824, na época presidido por James Monroe, que defendia a doutrina “A América para os americanos”.

    Portugal reconheceu a independência do Brasil, em agosto de 1825, um ano após o reconhecimento dos EUA. O reconhecimento português abriria caminho para reconhecimento das nações amigas da ex-metrópole.

    A Inglaterra somente reconheceu o Brasil depois do reconhecimento português, e pressionou o governo luso, anteriormente, para tal ação. Dom João, como rei de Portugal, exigiu uma indenização de dois milhões de libras esterlinas e o uso honorífico de Imperador do Brasil.

  • O reconhecimento da independência do Brasil por parte de outros países foi extremamente laborioso. A Inglaterra se beneficiou não apenas com taxas baixas para importação de seus produtos, mas também serviu de mediadora para o reconhecimento português da Independência - inclusive definiu que o Brasil deveria pagar uma indenização a Portugal, que realizada via empréstimo inglês.

  • Primeiro o Brasil teve que negociar o reconhecimento da independência com Portugal para que depois pudessem seguir outros países europeus.

    Após a negociação com Portugal (foi estabelecido que o Brasil pagaria indenização de 2 milhões de libras pela perda da colônia), seguiu-se a Inglaterra, que conseguiu arrancar do Brasil concessões comerciais como a tarifa de importação de apenas 15% além de cláusula da nação mais favorecida. Com isso, outros países europeus tentaram barganhar o mesmo pacote de benefícios em troca do reconhecimento da independência, o que deixou o processo mais difícil e dispendioso.

    Fonte: História das RI do Brasil - Vidigal e Doratioto

  • Errado.

    Após a Independência chegaram também suas consequências, para que o país fosse reconhecido como independente teve que passar por algumas barganhas, qual seja, dentre outras:

    EUA, primeiro país a reconhecer nossa independência baseado na doutrina Monroe: AMERICA PARA OS AMERICANOS;

    INGLATERRA, segundo país, o reconhecimento foi trocado pela ratificação dos lesivos acordos de 1810 e a revalidação por mais 15 anos;

    E, PORTUGAL, que exigiu o pagamento de uma pesada indenização de 2 milhões de libras(para pagar o Brasil precisou pedir empréstimos a Inglaterra), e o reconhecimento do título de Imperador do Brasil a D. João VI.

  • Dainel o erro esta no fato de dizer q não houve barganha. Lei os primeiros comentários e vai ver q sim houve barganha.